São Paulo, segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

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Idoso cai em Congonhas e entra em coma

Após freada brusca, arquiteto de 71 anos, cadeirante, foi arremessado dentro do veículo que o retirava do avião

Família afirma que companhia aérea e Infraero não prestaram atendimento adequado; as empresas negam

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

A viagem para tratamento médico do arquiteto Fernando Porto de Vasconcellos, 71, acabou em tragédia após um acidente no aeroporto de Congonhas (SP), anteontem.
Cadeirante desde que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), ele foi colocado em um ambulift (espécie de carrinho com elevador).
Após uma freada brusca do carro, Vasconcellos foi arremessado, bateu a cabeça e está internado, em coma.
O arquiteto voltava de Brasília, onde faz tratamento no hospital Sarah Kubitschek há quatro anos, desde o AVC. Já havia recuperado bem a fala e parte do movimento.
Por volta das 14h, o voo da Gol que o trouxe chegou a Congonhas e a empresa providenciou o ambulift para que ele saísse da aeronave.
Uma funcionária da Gol segurava a cadeira de rodas, conta a filha dele Moira de Castro Vasconcellos, 42, a partir do relato da mãe, que acompanhava o arquiteto.
Na pista, o ambulift freou bruscamente e a funcionária da Gol caiu sobre a cadeira de rodas. A cadeira tombou e Vasconcellos bateu a cabeça.

ESTADO GRAVE
Ele foi levado ao hospital Santa Paula, em Santo Amaro (zona sul de SP), onde está na UTI em estado grave.
Segundo o hospital, o arquiteto teve traumatismo cranioencefálico. Os médicos esperam que o quadro de saúde se estabilize para que ele passe por uma cirurgia.
Os funcionários da Gol, que acompanharam a família ao hospital anteontem, já não estavam mais lá ontem.
A família diz que, apesar de ter plano de saúde, está tendo que arcar com despesas não cobertas pelo seguro.
"Estou inconformada que um meio de transporte para cadeirantes não tinha cinto de segurança", afirma Moira.
A Infraero, responsável pelo ambulift, diz que não há cintos para prender as cadeiras e que elas são travadas.
Para Jairo Marques, colunista da Folha que é cadeirante e usa o ambulift, o travamento não é suficiente e a cadeira de rodas deveria ser presa por um cinto. "O travamento não segura a cadeira."


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