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Medição já apontava falha, diz secretário
Portella (Transportes Metropolitanos) disse que equipamentos detectaram na quinta que o revestimento do túnel estava cedendo
Metrô diz que problema é comum e que estacas foram usadas para estabilização; IPT vai mostrar se procedimentos usados foram corretos
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário dos Transportes
Metropolitanos do Estado de
São Paulo, José Luiz Portella, e
o presidente do Metrô, Luiz
Carlos David, reconheceram
que na última quinta-feira instrumentos de medição das
obras na estação Pinheiros, zona oeste de São Paulo, detectaram que o revestimento do túnel estava cedendo.
"Não havia necessidade de
parar. Existe sempre a possibilidade [de as paredes cederem],
é sempre previsto", afirmou
David. De acordo com o gerente
de engenharia do metrô, Ricardo Leite, o problema é comum
nessas obras e foram coladas
estacas para estabilizar o túnel.
Questionado se os procedimentos adotados foram os corretos, Portella disse que isso só
será respondido após uma análise do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) do governo do Estado de SP, que não
tem data para ser concluído.
"Esse acidente ocorreu em
uma obra difícil, complicada e
complexa. As razões também
devem ser bastante complexas,
o que leva a crer que tenha havido uma sucessão de falhas",
disse ontem o diretor do IPT,
Vahan Agopyan.
O secretário e o presidente
do Metrô atribuíram a responsabilidade sobre as obras às
empreiteiras (Odebrecht, OAS,
Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez ). "O
Metrô não faz a obra. Quem faz
é a empresa e a responsabilidade é das empresas", disse Portella. "Os riscos são das empreiteiras", disse David.
As empreiteiras, por meio de
nota, culparam as chuvas.
O secretário, no entanto, defendeu o trabalho das construtoras. "A obra é feita com toda a
segurança, são as melhores empresas do Brasil. Não é possível
acreditar em problemas por
falta de seriedade da empresa e
do Metrô", continuou.
De acordo com o secretário, a
obra só será retomada depois
da retirada do entulho, verificação das condições de segurança
e realização da perícia.
As equipes de engenharia
planejavam estabilizar o guindaste de 50 toneladas que está
na beira da cratera com a colocação de cabos de aço. "Se chover muito, vai atrapalhar tudo",
afirmou o secretário da Segurança, Ronaldo Marzagão.
Segundo a gerência da construção da linha 4 do metrô, os
técnicos aguardarão o fim das
buscas por vítimas para fazer a
injeção de argamassa nas rachaduras para tentar conter a
expansão da cratera. Ainda de
acordo com Portella, por enquanto não é possível avaliar o
montante do prejuízo causado
pelo acidente.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO E CÁTIA SEABRA)
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