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comentário
Martha Stewart versus Vogue
CHRIS CAMPOS
ESPECIAL PARA A REVISTA DA FOLHA
Sempre acreditei na
existência de vida inteligente no reduto doméstico. No poder de mulheres-maravilha dispostas a tudo
para tirar um bolo do forno ou que suspiram de
prazer após concluir um
barrado de ponto-cruz.
Considero um luxo sem
precedentes contar com a
eficácia nostálgica de um
caderno de receitas escrito
à mão. E com a praticidade
de um mundo de delícias
compartilhadas em blogs.
Ser uma mulher Martha
Stewart ou uma mulher
Vogue? Já vivi esse momento de dúvida, quando
tinha um pouco de vergonha de assumir certas afinidades com atividades e
atitudes consideradas menores, de pouco interesse,
antifeministas até... Decidi
então assumir as duas mulheres, coexistentes no
mesmo corpo.
Alívio imediato. Delícia
encarar com o mesmo pique um momento "diva do
lar", que assa os próprios
biscoitos, e a página do
Word em branco, pronta
para um texto fresquinho.
Quando você se dá conta, percebe que podia ter
se libertado antes. Se soubesse que, no fundo, todas
somos muito mais de duas
ao mesmo tempo. E que
podemos sempre ser mais.
CHRIS CAMPOS é jornalista, editora do
site Casa da Chris (www.casadachris.com.br) e autora do livro "Casa da
Chris" (ed. Record, 272 pág., R$ 20,20)
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