São Paulo, segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

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Ministro vai à TV negar epidemia de febre amarela

Durante pronunciamento em cadeia nacional, Temporão pediu calma à população

Ele também garantiu que o ministério tomou todas as medidas preventivas, montando uma barreira sanitária nas áreas de risco


Ministro José Gomes Temporão, ontem em pronunciamento à TV


MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

ANA PAULA RIBEIRO
DA FOLHA ONLINE EM BRASÍLIA

No dia em que o número de notificações de casos suspeitos de febre amarela subiu de 15 para 24, o ministro José Gomes Temporão (Saúde) foi à TV fazer um pronunciamento em cadeia nacional para dizer que "não existe risco de epidemia".
O ministério confirmou que, dos 24 casos suspeitos notificados pelas secretarias estaduais de saúde, 5 foram descartados e outros 2, confirmados.
O ministro ressaltou que as suspeitas estão localizadas e restritas a áreas de matas e florestas. "Estou aqui para tranqüilizar a população brasileira sobre um assunto que está preocupando os brasileiros nos últimos dias. O temor de que esteja ocorrendo uma epidemia de febre amarela no país. Não existe risco de epidemia."
Na TV, Temporão disse que desde 2003 a ocorrência de febre amarela silvestre "vem caindo gradativamente". "Os casos suspeitos estão localizados e restritos a áreas onde algumas pessoas não vacinadas entraram em florestas e matas nas últimas semanas."
Ele garantiu que o ministério tomou todas as medidas preventivas para evitar que casos da doença aparecessem, montando uma barreira sanitária nas áreas de risco e protegendo Estados e municípios contra a febre amarela. "E, de imediato, convocamos as pessoas que vão viajar ou moram em áreas de mata para tomar a vacina."
"Se você não mora ou não viaja para essas regiões, não precisa se vacinar. Quem já se vacinou pode ficar tranqüilo: o efeito da vacina protege as pessoas durante dez anos. Portanto, só procure os postos de saúde se morar ou for visitar as áreas de risco e nunca se vacinou ou foi vacinado antes de 1999", disse.
O Ministério da Saúde recomenda que sejam vacinadas todas as pessoas que irão viajar para matas ou áreas rurais das regiões consideradas "endêmicas", de "transição" ou "risco potencial" de febre amarela (veja quadro ao lado). Se a visita ficar restrita às áreas urbanas, não há necessidade da vacina.
No pronunciamento, o ministro afirmou que todos os postos de saúde estão abastecidos e que as autoridades sanitárias estão preparadas.
O Ministério da Saúde reforçou o envio de vacinas para os postos de saúde de todo o país. Em janeiro foram distribuídas 3.238.500 doses de vacina. A média mensal de envio em 2007 era de 961 mil doses por mês (11,5 milhões no ano).
O pronunciamento para TV e rádio foi gravado, em Brasília, na última sexta-feira. A decisão de divulgá-lo foi tomada ontem. Segundo a assessoria de imprensa, a iniciativa de ir a público foi do próprio ministro e não houve um pedido da Presidência da República para que essa providência fosse tomada.
Os dois casos confirmados de febre amarela foram o de Graco Carvalho Abubakir, 38, que morreu no último dia 8, e uma mulher de 42, que contraiu a doença em Mato Grosso do Sul e está internada em São Paulo.
O ministério aguarda resultados dos exames do espanhol Salvador Perez, 41, que morreu no sábado em Goiânia (GO) com suspeita da doença.
Dos casos suspeitos ou confirmados, 15 passaram por matas na região de Goiás. Nos demais, as pessoas estiveram em Mato Grosso do Sul, Pará, Minas Gerais ou Rondônia.
Em 2007, o Brasil registrou seis casos de febre amarela, sendo que cinco morreram.


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