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Ministro vai à TV negar epidemia de febre amarela
Durante pronunciamento em cadeia nacional, Temporão pediu calma à população
Ele também garantiu que o ministério tomou todas as medidas preventivas, montando uma barreira sanitária nas áreas de risco
| Ministro José Gomes Temporão, ontem em pronunciamento à TV |
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ANA PAULA RIBEIRO
DA FOLHA ONLINE EM BRASÍLIA
No dia em que o número de
notificações de casos suspeitos
de febre amarela subiu de 15
para 24, o ministro José Gomes
Temporão (Saúde) foi à TV fazer um pronunciamento em cadeia nacional para dizer que
"não existe risco de epidemia".
O ministério confirmou que,
dos 24 casos suspeitos notificados pelas secretarias estaduais
de saúde, 5 foram descartados e
outros 2, confirmados.
O ministro ressaltou que as
suspeitas estão localizadas e
restritas a áreas de matas e florestas. "Estou aqui para tranqüilizar a população brasileira
sobre um assunto que está
preocupando os brasileiros nos
últimos dias. O temor de que
esteja ocorrendo uma epidemia de febre amarela no país.
Não existe risco de epidemia."
Na TV, Temporão disse que
desde 2003 a ocorrência de febre amarela silvestre "vem
caindo gradativamente". "Os
casos suspeitos estão localizados e restritos a áreas onde algumas pessoas não vacinadas
entraram em florestas e matas
nas últimas semanas."
Ele garantiu que o ministério
tomou todas as medidas preventivas para evitar que casos
da doença aparecessem, montando uma barreira sanitária
nas áreas de risco e protegendo
Estados e municípios contra a
febre amarela. "E, de imediato,
convocamos as pessoas que vão
viajar ou moram em áreas de
mata para tomar a vacina."
"Se você não mora ou não
viaja para essas regiões, não
precisa se vacinar. Quem já se
vacinou pode ficar tranqüilo: o
efeito da vacina protege as pessoas durante dez anos. Portanto, só procure os postos de saúde se morar ou for visitar as
áreas de risco e nunca se vacinou ou foi vacinado antes de
1999", disse.
O Ministério da Saúde recomenda que sejam vacinadas todas as pessoas que irão viajar
para matas ou áreas rurais das
regiões consideradas "endêmicas", de "transição" ou "risco
potencial" de febre amarela
(veja quadro ao lado). Se a visita
ficar restrita às áreas urbanas,
não há necessidade da vacina.
No pronunciamento, o ministro afirmou que todos os
postos de saúde estão abastecidos e que as autoridades sanitárias estão preparadas.
O Ministério da Saúde reforçou o envio de vacinas para os
postos de saúde de todo o país.
Em janeiro foram distribuídas
3.238.500 doses de vacina. A
média mensal de envio em
2007 era de 961 mil doses por
mês (11,5 milhões no ano).
O pronunciamento para TV e
rádio foi gravado, em Brasília,
na última sexta-feira. A decisão
de divulgá-lo foi tomada ontem. Segundo a assessoria de
imprensa, a iniciativa de ir a
público foi do próprio ministro
e não houve um pedido da Presidência da República para que
essa providência fosse tomada.
Os dois casos confirmados de
febre amarela foram o de Graco
Carvalho Abubakir, 38, que
morreu no último dia 8, e uma
mulher de 42, que contraiu a
doença em Mato Grosso do Sul
e está internada em São Paulo.
O ministério aguarda resultados dos exames do espanhol
Salvador Perez, 41, que morreu
no sábado em Goiânia (GO)
com suspeita da doença.
Dos casos suspeitos ou confirmados, 15 passaram por matas na região de Goiás. Nos demais, as pessoas estiveram em
Mato Grosso do Sul, Pará, Minas Gerais ou Rondônia.
Em 2007, o Brasil registrou
seis casos de febre amarela,
sendo que cinco morreram.
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