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Justiça solta suspeito de crimes em série
Ex-PM estava preso desde dezembro do ano passado sob a suspeita de ter matado 13 homens em parque de Carapicuíba
Polícia diz que telefonema mostra que ele esteve no local pouco após uma das mortes; juíza não vê prova de ligação entre os crimes
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça de São Paulo negou
o pedido da Polícia Civil para
manter preso o sargento reformado da Polícia Militar Jairo
Francisco Franco, suspeito de
uma série de assassinatos ocorridos no parque dos Paturis, em
Carapicuíba (Grande SP).
Franco estava preso desde o
dia 10 dezembro no presídio
militar Romão Gomes, em São
Paulo, dois dias depois de a Folha revelar a série de 13 assassinatos ocorrida num pequeno
bosque dentro do parque - entre julho de 2007 e agosto de
2008. Franco foi liberado na
última quinta-feira após o término do prazo dos 30 dias da
prisão temporária.
De acordo com a polícia, a
juíza Roberta Poppi Neri negou
o pedido de prisão preventiva
(que não tem, em regra, um
prazo definido) por considerar
que Franco não representa risco à sociedade. Ela também diz
que não há indícios concretos
da ligação do policial aposentado com todos os assassinatos.
A mesma juíza havia determinado, em dezembro do ano
passado, a prisão temporária
de Franco sob a suspeita de ter
assassinado um homem negro,
ainda não identificado, em 19
de agosto também no parque
dos Paturis. A prisão foi feita
com base no depoimento de
um frequentador do parque,
que disse ter visto o crime. Esse
assassinato foi o último registrado no local.
Apesar de negado o pedido
de prisão preventiva por conta
dos outros 12 assassinatos, a
juíza aceitou a denúncia por
homicídio doloso (com intenção) feita pela Promotoria contra Franco pela morte do dia
19. Agora, ele é réu.
Nova prova
Para pedir a manutenção da
prisão de Franco, a polícia de
Carapicuíba afirma ter apresentado novas provas contra o
suspeito. Segundo os policiais,
informações repassadas pela
operadora TIM apontam que o
sargento estava no parque dos
Paturis poucos minutos após o
homicídio do dia 19 de agosto.
Pelos registros telefônicos,
Franco recebeu uma ligação de
sua noiva em seu telefone celular às 20h daquele dia. O assassinato do homem não identificado ocorreu entre as 19h50 e
19h55. Essa informação, para a
polícia, reforça os indícios de
que Franco cometeu o crime.
No dia de sua prisão, em depoimento, o sargento reformado informou aos policiais que
nunca esteve no parque dos Paturis e só passou em frente ao
local algumas vezes quando era
policial da ativa. O suspeito negou ainda ter mantido relações
homossexuais com frequentadores do parque.
O Ministério Público Estadual recorreu da decisão da juíza para tentar prender novamente o suspeito. A Promotoria começou a acompanhar as
investigações dos assassinatos
após a publicação da reportagem pela Folha.
Procurada ontem por meio
da assessoria de imprensa do
TJ (Tribunal de Justiça), a magistrada não quis se manifestar
sobre o assunto. Ela também
negou à reportagem cópia do
despacho em que nega a prisão
preventiva de Franco.
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