DE SÃO PAULO

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse ontem que o "ponto nevrálgico" das enchentes na cidade são as ocupações irregulares nas áreas de risco e nas várzeas dos rios.
Da Vila Itaim (zona leste), que está alagada desde a última segunda-feira, serão removidas, segundo ele, cerca de 500 famílias.
No local, não há previsão de construção de um dique, como foi feito no Jardim Romano. "No Itaim, é uma comunidade menor, em situações bem menos desfavoráveis. E é o projeto do parque [Várzeas do Tietê] que dirá o que vai ser realizado, para que a gente possa ter o parque no período que não chove, a ciclovia, e possa trazer a segurança para as famílias que ficarem na região."
Segundo ele, o parque terá, depois da aprovação do financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), um papel muito importante na drenagem da cidade.
Ele também afirmou que as obras do último ano não resolveram definitivamente o problema, mas ajudaram o Jardim Pantanal ter uma capacidade de suportar uma "chuva bastante grande".
Ontem, colchões de ar e até um caiaque serviam de barco para ajudar moradores a transitar pela água e a retirar equipamentos eletrônicos.
Alguns, entretanto, tiveram que adiar compromissos. A aposentada Maria Rosa de Camargo, 63, perdeu uma consulta que havia marcado há três meses no Incor (Instituto do Coração). "
"Não consegui ir porque não pude passar pela água. Tenho uma varicose na perna que poderia infeccionar", reclama Maria.
Muitos relatavam que estavam desde segunda-feira sem ir ao trabalho, alguns com medo de furtos. "Com a vila toda vazia, não tenho como sair para trabalho."


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