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SAÚDE
Cerca de 200 pessoas tiveram dificuldade para respirar, reações cutâneas, ardor nos olhos e vômito em apenas dois dias
Porto Seguro tem suspeita de contaminação
MANUELA MARTINEZ
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Cerca de 200 pessoas foram
atendidas em hospitais e clínicas
de terça-feira até a madrugada de
anteontem em Porto Seguro, cidade turística localizada a 907 km
de Salvador, com sinais de contaminação que pôs em suspeita a
água nas praias de Pitinga, em Arraial d'Ajuda, e Trancoso.
Os pacientes tiveram dificuldade para respirar, sofreram reações
cutâneas, ardor nos olhos e foram
acometidos por vômito. Alguns
também apresentaram febre, dores de cabeça e até mesmo crises
de asma.
Em nota oficial à imprensa, a
Prefeitura de Porto Seguro afirma
que a situação se encontra normalizada desde anteontem, último dia da estatística de casos.
Causas
A Secretaria da Saúde do município ainda não sabia determinar
as causas para o mal-estar da população. "Estamos trabalhando
com algumas hipóteses de contaminação, como por substância
química ou por alguma alga, mas,
até agora, não há nada esclarecido", disse o assessor especial da
Secretaria da Saúde, Joaquim Gomes, 57.
Uma das suspeitas levantadas
era a da formação de uma maré
vermelha (proliferação de algas
tóxicas que dá coloração avermelhada), já que os sintomas nos pacientes eram parecidos. Essa hipótese foi descartada pelos técnicos, uma vez que não foi observada uma grande mortandade de
peixes no local, característico do
fenômeno.
Segundo o comunicado oficial
da prefeitura, há ainda a possibilidade de que as intoxicações tenham sido provocadas pela inalação de alguma substância nociva,
provavelmente resultante da
combustão de lixo ou de outro tipo de material tóxico, que pode
ter ocorrido em uma determinada região do litoral.
"Como não se teve notícia de
nenhum caso similar em outras
praias, essa hipótese não pode ser
descartada", disse Gomes.
Equipes da Vigilância Sanitária
recolheram amostras de água das
praias suspeitas e de sangue dos
pacientes sintomáticos e encaminharam para exames laboratoriais. Não se sabe quando o resultado será divulgado.
Apesar da grande quantidade
de casos relatados, não houve interdição das praias. "O que aconteceu foi algo muito isolado e que
já terminou. Não há necessidade
de causar pânico na cidade com a
interdição de praias", disse a secretária da Saúde, Silvia Pimentel
Santos.
Turistas
A divulgação da notícia assustou os turistas e os moradores da
cidade e provocou o cancelamento de muitas reservas para o Carnaval, principal fonte de renda do
município. Neste ano são esperadas mais de 300 mil pessoas em
Porto Seguro durante o período
de festividades.
"Desde ontem [anteontem,
quinta-feira] não se tem notícia
de nenhuma anomalia em banhistas ou freqüentadores das
praias de Porto Seguro, o que indica a total inexistência de qualquer problema", esclarece a nota
oficial sobre o caso divulgada pela
prefeitura da cidade.
A maioria dos hotéis, no entanto, continuava aconselhando seus
hóspedes a evitarem o banho de
mar enquanto a situação não fosse esclarecida.
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