ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Agentes da Força Nacional de Segurança trocaram tiros ontem à noite com bandidos no complexo do Alemão, zona norte do Rio. Durante o dia seis pessoas morreram e dois menores ficaram feridos em operação na favela, coordenada pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) da PM e pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil. Segundo a polícia, quatro mortos eram bandidos.
Dois oficiais da FNS participaram da operação durante o dia como observadores. À noite, cem policiais da Força participaram do patrulhamento no entorno do complexo do Alemão, enquanto a operação dentro da favela continuava.
Os agentes da FNS chegaram à favela por volta das 19h e foram recebidos a tiros por traficantes. Policiais revidaram e houve troca de tiros. A pior situação era na favela Nova Holanda, onde dois bandidos sobre uma laje atiravam contra o acesso da favela, próximo de moradores e crianças.
Policiais cercaram os acessos à favela da Grota já pela a manhã e iniciaram intensa troca de tiro com os traficantes. Até a conclusão desta edição, não havia sido divulgado o objetivo da incursão. A PM disse ter apreendido três motos, um fuzil 7.62, uma pistola 9 mm e 1.800 trouxinhas de maconha.
Após a operação, a polícia contabilizava seis mortos. Apenas Carlos Alberto Silva Fernandes, 47, foi identificado. Segundo familiares, ele era auxiliar de serviços gerais no Carrefour de Vicente de Carvalho.
"Ele estava indo ligar para o trabalho para dizer que não poderia ir por causa do tiroteio. No que foi olhar para sair de casa, atingiram a cabeça dele", contou o enteado de Carlos, Lúcio da Costa, 27. A família apresentou aos jornalistas carteira de trabalho e holerite em nome de Carlos Alberto.
O corpo dele foi levado em um lençol por moradores até a entrada do morro, onde policiais do Bope estavam. Revoltados, moradores jogaram paus e pedras nos oficiais.
Dois menores se feriram na operação. Um deles, Maximilian de Menezes, 17, foi atingido na cabeça de raspão.


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