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Moradores denunciam matança de jumentos
Habitantes de Peritoró dizem que prefeitura matou 200 animais a facadas; prefeito diz que só 22 foram mortos
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Moradores de um povoado
de Peritoró (236 km de São
Luís), no Maranhão, estão denunciando uma suposta matança, pela prefeitura, de jumentos apreendidos em margens de rodovias.
Segundo a agricultora Dalva
Souza, cerca de 200 animais foram sacrificados a golpes de
machado na cabeça e facadas
na barriga e agonizavam no dia
6 dentro de uma vala aberta pela prefeitura. "Vimos os animais ainda gemendo e se mexendo dentro do buraco. Até
hoje estamos assustados."
Após as mortes, os moradores
do povoado Quilômetro 36 começaram a barrar a entrada de
caçambas da prefeitura no local da vala. O terreno também é
usado como depósito de lixo.
O prefeito Jozias Oliveira
(PTB) confirmou o abate de só
22 animais, a tiros, por estarem
doentes, conforme apontou
laudo veterinário. "É tudo
mentira para queimar a imagem do prefeito."
Dois sindicatos (trabalhadores rurais e professores) e vereadores de Peritoró estão colhendo depoimentos para embasar representação ao Ministério Público do Estado sobre a
morte dos animais.
Abandono
A Polícia Rodoviária Federal
no Maranhão informou ter
apreendido, de 29 de janeiro a 3
de fevereiro, 68 animais (67 jumentos e um bovino) nas margens de rodovias próximas de
Peritoró. Os animais capturados foram entregues à prefeitura, que se encarrega de sacrificar os que estão doentes.
Segundo o inspetor Carlos
Ronaldo, os jumentos não têm
valor de mercado e são abandonados nas rodovias. "Os jumentos estão sendo substituídos
por motos em seu serviço na
roça, que é carregar água, coco,
e são abandonado nas estradas", afirmou.
Para o promotor Zanony Silva Filho, da comarca de Coroatá, que abrange Peritoró, a reação à morte dos animais é desproporcional ao risco de acidentes que representam.
"Existem inúmeros processos de sinistros ao longo das rodovias relacionados a animais
soltos e nunca foi dada importância a esse fato."
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