São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

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Moradores denunciam matança de jumentos

Habitantes de Peritoró dizem que prefeitura matou 200 animais a facadas; prefeito diz que só 22 foram mortos

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

Moradores de um povoado de Peritoró (236 km de São Luís), no Maranhão, estão denunciando uma suposta matança, pela prefeitura, de jumentos apreendidos em margens de rodovias.
Segundo a agricultora Dalva Souza, cerca de 200 animais foram sacrificados a golpes de machado na cabeça e facadas na barriga e agonizavam no dia 6 dentro de uma vala aberta pela prefeitura. "Vimos os animais ainda gemendo e se mexendo dentro do buraco. Até hoje estamos assustados." Após as mortes, os moradores do povoado Quilômetro 36 começaram a barrar a entrada de caçambas da prefeitura no local da vala. O terreno também é usado como depósito de lixo.
O prefeito Jozias Oliveira (PTB) confirmou o abate de só 22 animais, a tiros, por estarem doentes, conforme apontou laudo veterinário. "É tudo mentira para queimar a imagem do prefeito."
Dois sindicatos (trabalhadores rurais e professores) e vereadores de Peritoró estão colhendo depoimentos para embasar representação ao Ministério Público do Estado sobre a morte dos animais.

Abandono
A Polícia Rodoviária Federal no Maranhão informou ter apreendido, de 29 de janeiro a 3 de fevereiro, 68 animais (67 jumentos e um bovino) nas margens de rodovias próximas de Peritoró. Os animais capturados foram entregues à prefeitura, que se encarrega de sacrificar os que estão doentes.
Segundo o inspetor Carlos Ronaldo, os jumentos não têm valor de mercado e são abandonados nas rodovias. "Os jumentos estão sendo substituídos por motos em seu serviço na roça, que é carregar água, coco, e são abandonado nas estradas", afirmou.
Para o promotor Zanony Silva Filho, da comarca de Coroatá, que abrange Peritoró, a reação à morte dos animais é desproporcional ao risco de acidentes que representam.
"Existem inúmeros processos de sinistros ao longo das rodovias relacionados a animais soltos e nunca foi dada importância a esse fato."


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