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Carência para mudança de plano de saúde deve acabar
Proposta da ANS, de que usuário possa trocar de empresa sem cumprir nova carência, será discutida com operadoras
Projeto inicial é limitar a portabilidade apenas entre planos com o mesmo perfil;
medidas valeriam para os contratos feitos desde 1999
DA SUCURSAL DO RIO
A ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar) começará
neste mês a discutir com operadoras e entidades de defesa dos
direitos do consumidor o direito do usuário de trocar de empresa sem ter de cumprir novos
prazos de carência.
A medida sobre a portabilidade dos planos de saúde consta do PAC da Saúde, anunciado
no fim do ano passado pelo Ministério da Saúde. A agência
ainda não tem uma proposta
definida, mas já se sabe que a
idéia é limitar a portabilidade
apenas entre planos com o
mesmo perfil.
"Não vamos permitir a portabilidade ampla, geral e irrestrita. A idéia é que isso seja possível apenas no caso de planos
com o mesmo perfil, que tenham, por exemplo, a mesma
abrangência e que estejam na
mesma faixa de preço. Para isso, estamos trabalhando numa
proposta para criar categorias
de planos e definir as regras para a mudança", diz o diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos.
Outra questão já definida é
que haverá um tempo mínimo
para a troca. Uma das propostas em discussão na agência é limitar a portabilidade apenas na
data de aniversário do contrato.
Hoje, quando decide trocar de
plano de saúde, o consumidor
tem de cumprir as regras de carência do novo plano.
As medidas valeriam só para
os planos considerados novos,
cujos contratos foram feitos a
partir de janeiro de 1999, quando o setor foi regulamentado.
O último levantamento divulgado pela ANS mostra que,
dos 47 milhões de planos de
saúde no país, 33 milhões (70%
do total) são novos. A ANS estima que 1 em cada 4 brasileiros
(25,1%) tenha plano de saúde.
Na semana que vem, a agência se reunirá com representantes do setor para discutir
um cronograma de debates. A
meta é, após esse processo,
apresentar um projeto de lei ou
uma resolução com normas
que valeriam a partir de 2009.
Santos explica que a limitação da portabilidade é necessária para evitar que o benefício
seja usado de má-fé. "A idéia de
regular a questão é para evitar,
por exemplo, que um consumidor que paga R$ 100 num plano
de enfermaria migre para outro
mais caro, no plano apartamento, faça uma cirurgia e depois volte para o mais barato."
Para o presidente da Associação Brasileira de Medicina de
Grupo, Arlindo Almeida, a proposta de permitir a troca de
operadora é boa, mas ele diz temer que as novas regras criem
instabilidade. "Aparentemente, a proposta traz um grande
benefício para o consumidor,
mas as confusões que ela pode
gerar são grandes. Como definir quais planos são similares e
quais não são? Isso pode acabar
gerando uma onda de ações na
Justiça numa área que já tem
bastante judicialização."
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