São Paulo, quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

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Rahyja Afrange, história de uma marca

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

De sacoleira a dona de grife sofisticada, dos bazares em casa ao ponto badalado no Shopping Iguatemi -foi tudo muito rápido para Rahyja Calixto Afrange.
A paulistana "sempre gostou de roupas, tanto de comprar quanto de vender". Quando decidiu, às próprias custas, cursar administração de empresas em uma faculdade particular, pagou os estudos com o dinheiro das peças que vendia às amigas -tanto em casa, em "bazares" que ela organizava, quanto nas próprias aulas.
Cedo se casou, aos 18, mas o casamento durou menos de três anos. "De personalidade forte, como guerreira que era", decidiu abandonar os estudos e partir para a prática. Com uma amiga que conhecera em uma loja de confecções, a ex-balconista Traudi Guida, abriu, em 1988, a primeira Le Lis Blanc, no Shopping Iguatemi. Tinha tino para a coisa e não se importava em arriscar tudo por um ideal.
Logo o ponto no último andar de um dos maiores shoppings da cidade ficou cheio, e o negócio começou a se expandir -ela indo pessoalmente à abertura de cada uma das lojas. Hoje são 11 próprias, espalhadas pelo Brasil. E a grife de roupas casuais para mulheres de 20 a 50 anos tornou-se um fenômeno de vendas.
Mas, há cerca de um ano e meio ela deixou o negócio, vendeu sua parte na sociedade e se dedicou à saúde. Tinha câncer de pulmão e acreditava na cura.
Morreu no dia 6, Quarta-Feira de Cinzas, aos 48. Dia em que todas as lojas da marca permaneceram fechadas.


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