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Aeronáutica dará mais autonomia a piloto de helicóptero
Órgão vai abrir mão de controlar separação entre aeronaves em boa parte da Grande São Paulo a partir de 12 de março
Para oficiais, a medida só deverá formalizar situação que já existe; urbanista
diz temer o efeito prático
da decisão no dia a dia
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O SRPV (Serviço Regional de
Proteção ao Voo) da Aeronáutica vai abrir mão de controlar a
separação entre helicópteros
na maior parte da capital paulista e da região metropolitana.
Com a decisão, pretende atribuir mais responsabilidade aos
próprios pilotos em áreas mais
distantes dos aeroportos de
Congonhas, Cumbica e Campo
de Marte, mas que recebem em
torno de 800 pousos e decolagens por dia -mais de 70% do
total estimado de movimentos
em toda a Grande São Paulo.
Os pilotos ganharão mais liberdade e autonomia para sobrevoar esse espaço aéreo e seguir ou não rotas preestabelecidas, sem ficar sob a tutela exclusiva do controle de voo. Terão, porém, de obedecer as normas internacionais da aviação,
como limite de altura e distanciamento entre aeronaves.
Hoje em dia, na prática, os
comandantes dos helicópteros
já se autocontrolam na maior
parte da região metropolitana
-com exceção do quadrilátero
formado pela av. Paulista, parque Villa-Lobos, ponte do Morumbi e estádio do Morumbi.
Só costumam trocar informações com os controladores de
voo, por exemplo, sobre meteorologia. Oficialmente, no entanto, esse controle é de responsabilidade da Aeronáutica.
Para oficiais do SRPV, a mudança visa formalizar uma condição já existente. Mas há quem
tema um efeito no dia a dia.
"Os pilotos têm patrões poderosos, milionários, que mandam voar onde eles quiserem.
Sem respaldo de uma autoridade por trás, fica muito mais difícil para eles resistirem", avalia
Lucila Lacreta, urbanista do
Movimento Defenda São Paulo, entidade que pressionou nos
últimos anos por um controle
mais severo da Aeronáutica para evitar ruídos das aeronaves.
"Os pilotos já se autocontrolam hoje em dia. Já nos falamos
e não batemos um no outro.
Não tem problema nenhum",
defende Cleber Mansur, presidente da Associação Brasileira
de Pilotos de Helicóptero.
As alterações formais na regulamentação devem entrar
em vigor em 12 de março.
Junto com elas, também haverá a criação de uma nova rota
para os helicópteros, saindo da
capital pela rodovia Anhanguera em direção a Campinas.
Controle reforçado
Por outro lado, as operações
dos helicópteros devem ficar
mais restritas em novos espaços que serão delimitados pelo
SRPV, no entorno dos aeroportos de Congonhas, Campo de
Marte e Cumbica (veja ao lado).
Essa área inclui a do Jockey
Club de São Paulo, onde um helicóptero da Rede Record caiu
na última quarta-feira.
O controle deve ser reforçado nesses pontos, que costumam receber 250 pousos e decolagens por dia.
A Aeronáutica avalia que as
operações ficarão mais seguras
com a medida. A frota de helicópteros do Estado ultrapassou
500 aeronaves no ano passado
-uma das maiores do mundo.
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