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Igreja incomoda a vida dos vizinhos no Tatuapé
DA REPORTAGEM LOCAL
O incômodo provocado por um
templo da igreja evangélica Assembléia de Deus no Tatuapé, zona leste de São Paulo, foi parar na
Justiça. Pela nova lei, a igreja não
poderia estar naquele local porque a rua não é estrutural.
Desde 1996, os moradores tentam negociar com a liderança do
templo. Hoje, a Promotoria do
Meio Ambiente, que acolheu denúncia, move ação contra a igreja
na 33ª Vara Cível de São Paulo.
Os problemas começam na própria construção do templo, com
janelas viradas para as casas. Para
completar, os cultos usam microfones, bateria e outros instrumentos, como trombones.
Quem mais sofre é o casal Miriam Gonçalves, 54, e Gilberto
Teixeira de Souza, 58. Isso porque
as janelas da igreja são paralelas às
do sobrado onde moram. A distância é de cerca de três metros.
O Psiu (Programa de Silêncio
Urbano) foi várias vezes acionado. A medição feita dentro da casa
dos Souza, em dia no qual o culto
não era musical, apontou 88 decibéis. O máximo permitido é 55.
Porém a lei do vereador evangélico Carlos Apolinário (PGT),
sancionada pela prefeita Marta
Suplicy (PT) em 2001, diminuiu a
multa do Psiu de cerca R$ 16 mil
para R$ 500 só para igrejas.
Hoje, ela toma calmantes e ele
passou a sofrer de pressão alta.
"Os políticos e pastores não têm
uma igreja do lado da casa deles.
Eles dormem sossegados", diz.
Outro lado
Segundo o diácono Carlos Edmundo Alves, a igreja tem procurado fazer menos barulho. Mas a
própria disposição das janelas da
igreja faz com que a iniciativa não
surta muito efeito. "Nós propusemos erguer um muro de uns seis
metros, mas eles não quiseram."
Para ele, o conflito envolve também preconceito. "A gente percebe que os vizinhos, na verdade,
não gostariam de ter uma igreja
evangélica na rua", considera. De
acordo com Alves, a Assembléia
de Deus decidiu esperar o veredicto da Justiça para avaliar o que
será feito, se irá mudar de endereço ou não.
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