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São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

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VIOLÊNCIA

Mortos sumiram após saírem para furtar empresa, disse a irmã de um deles

Ação de PMs em 2 mortes é investigada

SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Corregedoria da Polícia Militar e a Polícia Civil de Guarulhos investigam mais dois casos de homicídio com suspeitas de envolvimento de policiais militares no município.
Na noite de anteontem, os corpos de Adriano de Holanda Cavalcante, 18, e Dorival Rene Savioli, 26, desaparecidos desde domingo, foram encontrados em um terreno abandonado no bairro da Ponte Preta. Os corpos estavam desfigurados e tinham ferimentos causados por armas de fogo. Um primo de Savioli os identificou pelas tatuagens.
Um boletim de ocorrência de desaparecimento, registrado pela irmã de Savioli, Alessandra, afirma que os dois saíram de casa no domingo para praticar um furto na empresa Elesban com outros três rapazes. A ocorrência registra que eles estavam no local quando a polícia chegou ao prédio para impedir o furto. Desde então, os jovens não foram mais vistos.
Alessandra Savioli procurou o irmão em hospitais, delegacias e no IML da cidade. Como não o encontrou, procurou a polícia para registrar o desaparecimento.
Segundo a Corregedoria da PM, a polícia foi até a empresa e prendeu um dos cinco rapazes, José Florêncio da Silva, em flagrante. Dois outros envolvidos teriam fugido e avisado a família Savioli.
Silva foi levado para o 4º DP de Guarulhos e depois transferido para o Centro de Detenção Provisória da cidade. O delegado Jackson Cesar Batista, responsável pela investigação, colheu o depoimento de Silva na tarde de ontem.
De acordo com o delegado, Silva negou conhecer os rapazes assassinados e afirmou que não participou do furto -estaria apenas passando pela rua. No entanto, ele disse ter ouvido disparos no local.
Apesar de afirmar que ainda é cedo para apontar responsáveis pelo crime, o delegado admitiu a possibilidade de policiais militares estarem envolvidos.
A Corregedoria da PM informou que não existe nenhuma prova da participação de policiais na morte dos dois jovens, mas disse que vai investigar o caso.
O setor de comunicação da PM afirmou que ontem foram ouvidos 18 depoimentos de policiais e pedida a prisão preventiva de um soldado, detido pela Delegacia de Homicídios de Guarulhos. A Corregedoria e o delegado confirmaram a prisão, mas não revelaram em qual crime ele está envolvido nem se teria relação com o suposto grupo de extermínio na cidade.


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