|
Texto Anterior | Índice
Presidente da SPTrans prevê fim de cobrador
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da SPTrans, Ulrich Hoffmann, acha que os cobradores estão ameaçados de extinção por causa da bilhetagem
eletrônica implantada em São
Paulo em 2004.
Ele critica o bilhete único, defende a cobrança de tarifas diferenciadas de acordo com o número de ônibus utilizados e afirma
não haver expectativa de retomar
obras do Fura-Fila ainda neste
ano. Leia trechos da entrevista:
Fim dos cobradores
"A bilhetagem eletrônica tende
a se expandir rapidamente. Porque tristemente ela tira os cobradores da história. Os validadores
tristemente são mais baratos que
os cobradores", afirma Hoffman.
Mas os cobradores estão sendo
mantidos em São Paulo, diz a reportagem. "Não. Aos poucos já
estão sem perspectiva. Para que
eu vou manter os cobradores nos
ônibus? Há os contratos, há a
questão de a bilhetagem não ser
100%. Mas pense em perspectiva:
você acha que essas empresas vão
manter os cobradores ou não vão
achar uma forma de entrar em
acordo no sindicato para tira-los?
Sejamos realistas." Ele compara a
situação com a dos bancários.
"A curto prazo eles têm a defesa.
Mas a médio e longo prazo essa
bilhetagem eletrônica vai avançar
porque ela é vista dentro da empresa como uma economia. Vai
avançar como uma avalanche nos
próximos anos. Eu diria que isso
deveria ser considerado bom por
nós. Vamos reduzir a jornada de
trabalho. Vamos fazer curso de
reciclagem, transformar cobradores em motoristas", afirma.
Bilhete único
"O sistema, como está montado, é ruim, porque cobra R$ 2 de
quem toma três ônibus e de quem
toma um. Se houver avanço na racionalização, será para fazer cobranças diferentes por trajetos diferenciados. Há cidades em que,
se você anda duas estações de metrô, paga um valor. Se anda dez,
paga outro. Essa idéia [de tarifas
não-diferenciadas] é irracional."
Fura-Fila
"Estamos estudando as modificações para carregá-lo melhor,
para que ele se transforme realmente num transportador de
massas. Não há sentido em ficar
vazio. A modificação vai aumentar um pouco a extensão", diz
Hoffmann, sem detalhar mudanças. A obra será retomada por
Serra ainda neste ano? "Há dificuldades orçamentárias de um lado e complexidades para definir
as modificações e implantá-las.
Mesmo que seguisse o projeto
original, seria difícil."
Corredores
Hoffman diz que a expansão
dos corredores de ônibus será
priorizada pela atual gestão, assim como ocorreu no governo
Marta Suplicy, mas se nega a revelar quais e a partir de quando, dizendo que "não quer criar expectativas". Ele cita apenas a avenida
Celso Garcia (região centro-leste
de São Paulo) como um dos alvos.
"Há uma restrição orçamentária grande. Estamos em fase de
negociação da obtenção de recursos para fazer a manutenção e até
novos corredores. Sabemos que
não vai ser possível, por isso estamos tentando obter novas outras
fontes. Por exemplo, operações
urbanas."
Texto Anterior: Transporte público: Bilhete único ampliado terá custo maior Índice
|