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OUTRO LADO
"Idioma causou equívoco"
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado Victor Mauad, defensor de Rana Abdel Rahim Koleilat, disse ontem à tarde que a
prisão dela foi causada por um
equívoco de interpretação da língua portuguesa. "Foi um grande
mal-entendido causado pela nossa língua, o português, que ela
[Rana] quase não entende. Minha
cliente não entendia o que era dito
pelos policiais, por isso não seria
capaz de oferecer dinheiro a eles",
afirmou Mauad.
Contratado pela economista
por indicação de um amigo em
comum na comunidade libanesa
de São Paulo, o advogado também disse que Rana garante desconhecer as suspeitas de participação no ato terrorista que vitimou o premiê libanês Rafik Hariri. Ela, ainda segundo o advogado,
nega o golpe bancário. "Ela [Rana] disse desconhecer essas acusações, mas eu não posso dar informações precisas sobre essas
questões. Ao menos até agora."
De acordo com Mauad, Rana
tem residência fixa em Londres,
trabalha no ramo de hotelaria na
França e estava no Brasil para tratar de possíveis investimentos
nessa área. "Ela [Rana] estava
aqui para procurar opções para
investir capital na área de hotelaria e também para passear um
pouco", disse o advogado.
Sobre o passaporte que Rana
portava, o advogado afirmou que
a economista garantiu que o documento é original e foi obtido
porque ela tem dupla cidadania
-libanesa e inglesa.
Ainda segundo seu defensor,
Rana teme ser extraditada para o
Líbano. "A família dela tem ligações políticas lá, principalmente
seu irmão. E ela tem certeza de
que, se extraditada, a matarão."
Hoje, o advogado pretende fazer um pedido de relaxamento da
prisão em flagrante da economista à Justiça. Por conta da informação de que Rana correria risco de
morte no Líbano, Mauad também
cogita um pedido de asilo político
no Brasil em seu favor. "Ela teme
voltar para o Líbano."
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