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Jorge Zarif Neto e a polêmica da vela
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Só no mar e em cima de um
barco a vela é que Jorge Zarif
Neto se sentia realizado. Homem sem meias palavras,
causava rebuliço onde ia,
sempre que abria a boca
-era o velejador mais polêmico do Brasil.
Zarif nasceu em São Paulo,
mas passou a infância nas
praias do Rio de Janeiro.
Contava ao filho que acordava cedo e ia para o posto 6 de
Copacabana, "pegar jacaré".
Filho e neto de velejadores, não demorou a cruzar a
fronteira entre a paixão amadora pelos barcos e a adrenalina das competições. Formou-se em direito, casou e
assumiu a loja de presentes
da mulher. Mas acabou profissionalizando a empresa e
ganhando mais tempo para a
vela. "Preferia o mar".
Nas provas seletivas para
as Olimpíadas de 1980, quase
foi aprovado, o que aconteceu em 1984, em Los Angeles, e 1988, em Seul. Não conseguiu medalhas. Mas fora
nove vezes campeão brasileiro da classe Finn.
Casado, tinha dois filhos
-um deles, "Jorginho", virou o sucessor da carreira do
pai. Já aos nove velejavam
juntos. Atualmente com 15,
acabou de se classificar para
o Mundial da Juventude na
Dinamarca. Ambos participaram das seletivas para as
Olimpíadas de Pequim, mas
não conseguiram. "
A polêmica, porém, foi garantida pelo recurso que entrara contra outros competidores, alegando ilegalidade.
Seus planos haviam migrado
para as Olimpíadas de Londres, em 2012. Mas Zarif
morreu na quarta, aos 50
anos, de aneurisma.
obituario@folhasp.com.br
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