São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2008

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Jorge Zarif Neto e a polêmica da vela

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Só no mar e em cima de um barco a vela é que Jorge Zarif Neto se sentia realizado. Homem sem meias palavras, causava rebuliço onde ia, sempre que abria a boca -era o velejador mais polêmico do Brasil.
Zarif nasceu em São Paulo, mas passou a infância nas praias do Rio de Janeiro. Contava ao filho que acordava cedo e ia para o posto 6 de Copacabana, "pegar jacaré".
Filho e neto de velejadores, não demorou a cruzar a fronteira entre a paixão amadora pelos barcos e a adrenalina das competições. Formou-se em direito, casou e assumiu a loja de presentes da mulher. Mas acabou profissionalizando a empresa e ganhando mais tempo para a vela. "Preferia o mar".
Nas provas seletivas para as Olimpíadas de 1980, quase foi aprovado, o que aconteceu em 1984, em Los Angeles, e 1988, em Seul. Não conseguiu medalhas. Mas fora nove vezes campeão brasileiro da classe Finn.
Casado, tinha dois filhos -um deles, "Jorginho", virou o sucessor da carreira do pai. Já aos nove velejavam juntos. Atualmente com 15, acabou de se classificar para o Mundial da Juventude na Dinamarca. Ambos participaram das seletivas para as Olimpíadas de Pequim, mas não conseguiram. "
A polêmica, porém, foi garantida pelo recurso que entrara contra outros competidores, alegando ilegalidade. Seus planos haviam migrado para as Olimpíadas de Londres, em 2012. Mas Zarif morreu na quarta, aos 50 anos, de aneurisma.


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