São Paulo, sábado, 14 de março de 2009

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Até cavalo invade pista de onde partiu o voo

SOFIA FERNANDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Kleber Barbosa da Silva não assinou nenhum papel, não apresentou documento ou foi vistoriado quando contratou um voo panorâmico no aeroclube de Brasília, cuja pista localiza-se em Luziânia, cidade goiana a 56 km de Brasília.
Enquanto esperava o instrutor, deu água à filha, Penélope. O pagamento ele acertaria depois, R$ 380 por hora.
Para chegar à pista, com a filha e o instrutor José Luiz Gonçalves, passou pelo portão -constantemente aberto.
Seja qual for a intenção do passeio, qualquer pessoa tem a mesma facilidade de acesso a um avião em Luziânia, onde não há policiamento ou fiscalização. O lugar é tão vulnerável que ontem de manhã, segundo relato do vice-presidente do Aeroclube de Brasília, Omar Victor do Espírito Santo, um homem a cavalo invadiu a pista após romper a cerca de arame farpado, única proteção.
Cinco aeroclubes de São Paulo consultados informaram exigir a apresentação de documentos para a realização do voo panorâmico, mas não há controles de segurança.
De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a legislação determina que um aeroclube é obrigado a ter controle de acesso de passageiros, que pode ser o registro do nome ou um portão específico de acesso ou segurança armada. A escolha fica a cargo do administrador do aeroclube.
Barbosa pediu para viajar no Tupi, com autonomia de voo de cinco horas e velocidade de até 200 quilômetros por hora.
Barbosa fez outro pedido a José Luiz, que atuava pela primeira vez como instrutor de voo panorâmico: "Quero sentar do lado esquerdo, sinto-me mais à vontade".
O instrutor não viu problema em ceder o lugar do comandante, já que é possível controlar o avião dos dois assentos, e ficou na poltrona da direita, de onde deixou o avião após ser ameaçado por Barbosa.
A Polícia Civil de Luziânia informou que vai apurar as possíveis falhas do aeroclube.


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