São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2011

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Com alteração em traçado, Nova Tamoios fica mais cara

Novo projeto de duplicação faz valor da obra subir 67% do que o previsto em 2010

Obra é promessa antiga do governador; Estado diz que projeto antigo poderia causar gargalo em Caraguatatuba

ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) fez mudanças no projeto de duplicação da rodovia dos Tamoios que deixarão a obra mais cara.
A principal alteração, diz o governo, é para evitar gargalos em Caraguatatuba.
O empreendimento, prioridade da gestão tucana, custará R$ 4,5 bilhões -próximo do preço do trecho Leste do Rodoanel ou de uma obra como a extensão da linha 5-lilás do metrô, do Largo Treze à Chácara Klabin, com 12 km.
O valor é 67% superior à estimativa de R$ 2,7 bilhões divulgada no fim de 2010 no governo de Alberto Goldman (PSDB). A Tamoios é a principal rota de acesso ao litoral norte -alvo de congestionamentos em períodos de pico.
A Secretaria de Logística e Transportes diz que houve elevação do custo "em virtude de ajustes no projeto".
Segundo a pasta, não bastaria só a duplicação. Para evitar problemas em Caraguatatuba, foram feitos "novos traçados da pista" na chegada ao litoral.
O governo Alckmin afirma que as alterações em contornos viários vão permitir melhor vazão de veículos em direção a Ubatuba, além de uma ligação prioritária ao transporte de cargas rumo ao porto de São Sebastião.
O encarecimento da obra se somará a um novo obstáculo para tirá-la do papel.
O modelo estudado de PPP (Parceria Público-Privada) avaliou que 70% dos recursos terão que ser bancados pelo poder público. Ou seja, parte minoritária será custeada pela iniciativa privada.
Técnicos do Estado alegam que a quantidade de veículos na rodovia só é considerada elevada em feriados, férias e finais de semana.
Por trás dessa decisão também está uma tentativa de atenuar possíveis pedágios -quanto mais investir, mais a empresa deverá arrecadar.
Oficialmente, a secretaria só diz que informações sobre quantidade de praças de cobrança e de preços das tarifas "ainda estão em análise".
O governo diz que pretende aprovar no final deste mês a autorização para a PPP.
Com isso, a licitação da obra deverá ser aberta ainda neste primeiro semestre.
Embora não haja prazos, Alckmin espera entregar algum pedaço nos próximos quatro anos. A obra já havia sido anunciada por ele no primeiro mandato, e voltou a ser prometida nas eleições.
SP buscará investimento da União para custear um terço do valor e, caso necessário, irá recorrer ao Banco Interamericano de Desenvolvimento. O secretário de Logística e Transportes, Saulo de Castro Abreu Filho, deverá ir hoje a Brasília.


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