São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 2011

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Queixa sobre malas cresce em aeroportos

Anac registrou, em 2010, 74% mais reclamações de passageiros que tiveram bagagens extraviadas ou violadas

Só em Brasília, foram 105 reclamações do tipo neste ano; Ministério Público abriu inquérito para investigar o caso

MARIANA BARBOSA
JOANA CUNHA
DE SÃO PAULO

A cena é cada vez mais comum nos aeroportos brasileiros: embarcar em um avião e, ao chegar ao destino final, não receber a mala de volta, ou encontrá-la violada.
Só em 2010, foram 7.170 queixas envolvendo problemas com bagagens na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), um aumento de 74% em relação a 2009.
No mesmo período, a movimentação de passageiros aumentou 21% no país.
Segundo especialistas, além da falta de policiamento para prevenir furtos, o forte crescimento do setor sem melhorias de infraestrutura nos aeroportos tem contribuído para o aumento do extravio de bagagens.
O aeroporto de Guarulhos, maior do país, é um exemplo: não possui um leitor de código de barras para fazer a triagem automática de malas.
"Esses equipamentos ajudam muito e você fica menos sujeito a erro humano", diz Ubiratan Lago, da Swiss Port, empresa especializada no manuseio de bagagens.
Nem Anac nem Infraero fornecem estatísticas sobre o extravio de malas, um problema que é global: no mundo, em 2009, a cada mil passageiros, 11,4 malas foram perdidas, diz a Sita, empresa de tecnologia da informação para o setor aéreo.
Mas o aumento das ocorrências no aeroporto internacional de Brasília fez o Ministério Público do DF abrir um inquérito para apurar responsabilidades.
"Não é possível, no país que vai sediar a Copa, a pessoa despachar a mala e não saber se vai recebê-la de volta", afirma o promotor Guilherme Fernandes Neto, da 4ª Promotoria de Defesa do Consumidor.
Nos dois primeiros meses do ano, o Juizado Especial do aeroporto registrou 68 reclamações de extravios e 37 de violações ou furtos. "Há uma falta evidente de policiamento ostensivo dentro dos aeroportos", diz o promotor.
Ele também quer apurar as responsabilidades das companhias aéreas e até, se for necessário, autuá-las.

PRISÕES
Em janeiro, a Polícia Federal prendeu uma agente da TAM no Acre, em uma ação que resultou na demissão dela e de uma gerente da empresa no Estado. Elas respondem em liberdade.
A Folha apurou que nos últimos meses a companhia demitiu funcionários com a suspeita de envolvimento com violação de malas. Oficialmente, a TAM nega.


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