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1 mês após perder a filha, mulher tem irmão morto
Tio da menina Alana, Hélio José da Silva foi baleado no Rio
ÍTALO NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Um mês depois da morte da
menina Alana Ezequiel, 12, vítima de uma bala perdida no
morro dos Macacos, o tio da
menina, Hélio José da Silva, 25,
foi morto ontem, também vítima da violência no Rio. O office-boy foi baleado na favela, a
caminho de casa no começo da
tarde de ontem, em mais um
episódio da guerra do tráfico na
cidade.
Traficantes do morro do São
João tentavam invadir o morro
dos Macacos, em Vila Isabel,
zona norte da cidade, enquanto
Hélio ia para o trabalho. Ele tinha acabado de visitar a mulher
na maternidade onde ela teve
um filho.
A polícia não sabe as circunstância em que Hélio foi baleado
e investiga um possível assassinato por parte dos traficantes
que invadiram a favela. Irmão
de Edna Ezequiel, mãe de Alana, Hélio não tinha antecedentes criminais.
A família encontrou o corpo
de Hélio dentro da favela e o
carregou até a rua Visconde de
Santa Isabel, via de acesso à comunidade, em frente à antiga
sede da Delegacia de Repressão
a Entorpecentes. Junto ao corpo, foi encontrada uma mochila com o uniforme de trabalho.
"Edna estava chegando na
rua quando viu o corpo do irmão no chão", disse Ednéia
Ezequiel, 32, uma das irmãs.
Ela resumiu a segunda perda da
família em pouco mais de um
mês da seguinte forma: "É um
terror. O Sérgio Cabral e o Lula
têm que tomar uma providência". O corpo foi removido apenas às 19h30.
A estudante Alana Ezequiel
morreu atingida por uma bala
perdida durante operação da
PM no começo do mês passado.
A polícia investiga se a bala partiu dos traficantes ou da polícia.
Durante a reconstituição do
crime no morro dos Macacos,
policiais e bandidos trocaram
tiros novamente.
Alana estudava na escola Assis Chateaubriand. Queria ser
advogada. Tinha instruções em
caso de operação policial. "Falava para ela ficar em algum lugar, não subir. Quando ela subiu, o tiroteio tinha parado e
depois começou", contou a mãe
no enterro da filha.
Sem recursos para pagar o
enterro de Alana, a família velou o corpo graças à doação da
Santa Casa de Misericórdia.
A doméstica Edna Ezequiel,
mãe de Alana, mora numa casa
de alvenaria no Morro dos Macacos, com sala, quarto e banheiro. Perdeu a filha e agora o
irmão.
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