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Ações de incentivo à leitura crescem no país
Plano Nacional do Livro e Leitura praticamente dobrou o número de iniciativas cadastradas em um ano, entre públicas e privadas
Programa do Instituto Ecofuturo distribui livros e computadores para 60 finalistas; 50 mil textos devem concorrer neste ano
FÁBIO TAKAHASHI
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na tentativa de reverter o
baixo interesse dos brasileiros
pelos livros -fato apontado em
pesquisas do setor-, iniciativas
tanto públicas quanto privadas
de incentivo à leitura se multiplicam pelo país.
O movimento pode ser medido pelo número de ações cadastradas no Plano Nacional do Livro e Leitura, articulado pela
União, mas que possui a participação dos Estados e municípios e da sociedade civil.
Lançado em março de 2006,
o programa praticamente dobrou o número de iniciativas
cadastradas em um ano, de 162
para 306. Há outras cem ações
ainda sob análise da coordenação do plano.
Além disso, o prêmio VivaLeitura (promovido pelo governo federal e pela Organização
dos Estados Ibero-Americanos, patrocinado e realizado
pela Fundação Santillana) recebeu 3.031 projetos em 2006,
que estão sendo sistematizados
e também poderão ser incluídos no plano nacional.
As diversas ações visam reverter a atual situação da leitura no país: o brasileiro lê, em
média, 1,8 livro por ano, segundo pesquisa da Câmara Brasileira do Livro e de entidades ligadas a editores. Na França, o
índice é de 7, e na Colômbia, de
2,4. Além disso, cerca de 10%
das cidades do país não têm bibliotecas públicas.
O Plano Nacional do Livro e
Leitura visa integrar ações que
vão desde o programa da União
de distribuição de livros didáticos para o ensino básico, que
consome R$ 571 milhões, até
projetos não-governamentais
como o do Instituto Ecofuturo
("Ler é Preciso"), que premia
crianças e jovens em concursos
de redação, além de doar bibliotecas comunitárias.
No total, o plano deverá contar neste ano com mais de R$
800 milhões. Só as ações da iniciativa privada movimentarão
R$ 38 milhões. "Existem muitas iniciativas de incentivo à
leitura no país, mas elas estavam desarticuladas, o que causa uma perda de recursos financeiros e humanos", afirma
José Castilho Marques Neto,
secretário-executivo do plano.
Apesar do crescimento no
número de ações, Marques admite que o número é insuficiente. Para ele, a situação será
satisfatória quando chegar a
mil iniciativas cadastradas.
Além de melhorar a articulação entre as ações, o projeto
permitirá a identificação das
áreas onde não há programa de
incentivo à leitura, que terão de
ser prioritariamente atendidas
em projetos futuros.
As ações
Algumas das iniciativas adotadas no plano são os prêmios
que incentivam a leitura. O do
Instituto Ecofuturo, por exemplo, distribui livros e computadores para os 60 finalistas,
além de instalar uma biblioteca
comunitária num local indicado pelos premiados.
Na edição 2005-2006, houve
21 mil redações inscritas. A expectativa para este ano é receber 50 mil textos. "É fundamental criar condições para
que as pessoas compreendam o
que lêem e consigam se expressar", diz Christine Fontelles,
diretora de Educação e Cultura
do Instituto Ecofuturo.
Outra iniciativa grande é o
Prêmio Vivaleitura. O objetivo
é estimular e reconhecer as melhores ações relacionadas à leitura no país. Na sua primeira
edição, no ano passado, o vencedor de cada uma das três categorias recebeu R$ 25 mil (leia
mais em texto nesta página).
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