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Túmulo de Isabella atrai visita de curiosos em cemitério no Jaçanã
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela quantidade de pessoas,
percebe-se logo que se trata de
um lugar especial. Algumas rezam o pai-nosso, outras não,
mas não há uma que fique sem
fazer um comentário.
"Como uma pessoa pode ser
tão fria, tão ruim, para fazer isso com uma criança de seis
anos?", esbraveja a dona-de-casa Joyce dos Santos, 24.
O lugar é o túmulo de Isabella
Nardoni, 5, que se transformou
em ponto de visitação do cemitério Parque dos Pinheiros, no
Jaçanã (zona norte de São Paulo). "O dia inteiro é assim. O
pessoal quer ver o túmulo da
menina que foi jogada pela janela", afirma Dalvan, um dos
vendedores de jazigo.
Sepultura simples
Quando disse "assim", ele se
referia ao grupo de homens,
mulheres e crianças que visitava o local no último sábado. A
sepultura é simples: alguns vasinhos de flores, uma imagem
de uma santa católica e um enfeite de jardim acompanhado
de uma mensagem: "A felicidade mora aqui".
Joyce fez confusão com a idade de Isabella. Disse seis anos e
não cinco, mas essa confusão é
compreensível pela mistura
que ela afirma fazer também
nos sentimentos ao refletir sobre o caso.
"Tenho uma filha de seis
anos e me coloco no lugar da
mãe. Eu senti uma coisa muito
ruim [vendo o túmulo]. É muito triste", afirmou ela, que rezou para Isabella.
Anjinho
Ela não acusa ninguém. Ao
contrário da irmã, Vanessa, 26,
também dona-de-casa, que culpa o pai e madrasta pelo assassinato. "Se fossem pobres, eles
já estariam na cadeia. Não tem
terceira, quarta pessoa [na cena
do crime]. Não importa se eles
têm dinheiro. Isso me deixa
muito indignada. Fazer isso
com um anjinho como aquele?
A Isabella era uma anjinho."
Alexandre Nardoni e Anna
Carolina Jatobá negam o crime. Dizem ter sido alguém que
entrou no apartamento e cometeu o assassinato. A polícia
não apresentou provas contundentes contra os dois e, na semana passada, passou a admitir
a possibilidade de uma terceira
pessoa ter estado no apartamento do casal.
Por ser um cemitério particular, a visitação é feita por pessoas que tenham parentes enterrados ali ou por quem participa de velórios no local.
(ROGÉRIO PAGNAN)
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