São Paulo, segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Túmulo de Isabella atrai visita de curiosos em cemitério no Jaçanã

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela quantidade de pessoas, percebe-se logo que se trata de um lugar especial. Algumas rezam o pai-nosso, outras não, mas não há uma que fique sem fazer um comentário.
"Como uma pessoa pode ser tão fria, tão ruim, para fazer isso com uma criança de seis anos?", esbraveja a dona-de-casa Joyce dos Santos, 24.
O lugar é o túmulo de Isabella Nardoni, 5, que se transformou em ponto de visitação do cemitério Parque dos Pinheiros, no Jaçanã (zona norte de São Paulo). "O dia inteiro é assim. O pessoal quer ver o túmulo da menina que foi jogada pela janela", afirma Dalvan, um dos vendedores de jazigo.

Sepultura simples
Quando disse "assim", ele se referia ao grupo de homens, mulheres e crianças que visitava o local no último sábado. A sepultura é simples: alguns vasinhos de flores, uma imagem de uma santa católica e um enfeite de jardim acompanhado de uma mensagem: "A felicidade mora aqui".
Joyce fez confusão com a idade de Isabella. Disse seis anos e não cinco, mas essa confusão é compreensível pela mistura que ela afirma fazer também nos sentimentos ao refletir sobre o caso.
"Tenho uma filha de seis anos e me coloco no lugar da mãe. Eu senti uma coisa muito ruim [vendo o túmulo]. É muito triste", afirmou ela, que rezou para Isabella.

Anjinho
Ela não acusa ninguém. Ao contrário da irmã, Vanessa, 26, também dona-de-casa, que culpa o pai e madrasta pelo assassinato. "Se fossem pobres, eles já estariam na cadeia. Não tem terceira, quarta pessoa [na cena do crime]. Não importa se eles têm dinheiro. Isso me deixa muito indignada. Fazer isso com um anjinho como aquele? A Isabella era uma anjinho."
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá negam o crime. Dizem ter sido alguém que entrou no apartamento e cometeu o assassinato. A polícia não apresentou provas contundentes contra os dois e, na semana passada, passou a admitir a possibilidade de uma terceira pessoa ter estado no apartamento do casal.
Por ser um cemitério particular, a visitação é feita por pessoas que tenham parentes enterrados ali ou por quem participa de velórios no local.
(ROGÉRIO PAGNAN)


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