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LUIZ PINTO FERREIRA (1918-2009)
Um jurista de memória prodigiosa
TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pouco antes de tomar posse na Academia Pernambucana de Letras, em 1975,
Luiz Pinto Ferreira distribuiu seu discurso à imprensa. Por duas horas, sem precisar olhar para o papel, repetiu cada palavra que escrevera.
A história é de Ivo Dantas,
que se admirava com a memória do amigo, a quem
substituiu na cadeira de direito constitucional da UFPE (Universidade Federal
de Pernambuco), em 2000.
Com apenas 25 anos, Ferreira tornou-se professor titular. Na banca que o consagrou, o debate foi travado
em várias línguas -ele falava outras sete, além do português: latim, russo, alemão,
francês, italiano, inglês e espanhol.
Tinha ainda mais de cem
livros publicados, conta Osita, sua mulher por 53 anos.
Jurista, também teve passagem pela política: foi um
dos fundadores do MDB
(Movimento Democrático
Brasileiro) e senador da República na década de 1970.
A paixão, no entanto, era o
ensino. Depois de aposentado compulsoriamente na
universidade, há 20 anos, arrumou um jeito de continuar ensinando: abriu a Sopece (Faculdade de Ciências
Humanas de Pernambuco).
Na UFPE, Ferreira ensinou toda a família. A mulher
ele conheceu quando ela era
sua aluna. Ao filho, Luiz, deu
aulas na graduação; e à filha,
Maria Regina, no mestrado.
Na terça, 7, morreu aos 90,
por complicações de um
AVC (acidente vascular cerebral) sofrido há dois anos.
Deixa os filhos e a mulher.
obituario@grupofolha.com.br
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