São Paulo, terça-feira, 14 de abril de 2009

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LUIZ PINTO FERREIRA (1918-2009)

Um jurista de memória prodigiosa

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pouco antes de tomar posse na Academia Pernambucana de Letras, em 1975, Luiz Pinto Ferreira distribuiu seu discurso à imprensa. Por duas horas, sem precisar olhar para o papel, repetiu cada palavra que escrevera.
A história é de Ivo Dantas, que se admirava com a memória do amigo, a quem substituiu na cadeira de direito constitucional da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), em 2000.
Com apenas 25 anos, Ferreira tornou-se professor titular. Na banca que o consagrou, o debate foi travado em várias línguas -ele falava outras sete, além do português: latim, russo, alemão, francês, italiano, inglês e espanhol.
Tinha ainda mais de cem livros publicados, conta Osita, sua mulher por 53 anos.
Jurista, também teve passagem pela política: foi um dos fundadores do MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e senador da República na década de 1970.
A paixão, no entanto, era o ensino. Depois de aposentado compulsoriamente na universidade, há 20 anos, arrumou um jeito de continuar ensinando: abriu a Sopece (Faculdade de Ciências Humanas de Pernambuco).
Na UFPE, Ferreira ensinou toda a família. A mulher ele conheceu quando ela era sua aluna. Ao filho, Luiz, deu aulas na graduação; e à filha, Maria Regina, no mestrado.
Na terça, 7, morreu aos 90, por complicações de um AVC (acidente vascular cerebral) sofrido há dois anos. Deixa os filhos e a mulher.

obituario@grupofolha.com.br


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