São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 2011

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ANÁLISE

Fontes de barulho começam a entrar na pauta do poder público


PERDA AUDITIVA, INSÔNIA, DORES DE CABEÇA E PROBLEMAS CARDÍACOS PODEM SURGIR COM O RUÍDO EXCESSIVO NAS GRANDES METRÓPOLES

ANDRÉA CINTRA LOPES
ESPECIAL PARA A FOLHA

A diversidade de fontes de poluição sonora está se tornando objeto de preocupação do poder público e da população nas grandes metrópoles brasileiras.
Entre essas fontes de poluição estão as máquinas de construção civil, os congestionamentos, as atividades industriais e o número excessivo de pessoas concentradas em locais fechados.
Leis municipais que tentam impor certos limites aos ruídos existentes hoje de nada adiantam se a fiscalização dos órgãos públicos competentes não for eficiente.
A poluição sonora pode trazer sérios problemas de saúde e de qualidade de vida para as pessoas, além de provocar alterações auditivas irreversíveis a quem está constantemente exposto a ela.

LISTA EXTENSA
A lista de problemas é extensa: insônia, estresse e consequências que daí advêm, como mudança de comportamento, dificuldade de concentração, cansaço, aumento da pressão arterial, queda do rendimento escolar ou no trabalho, dores de cabeça, redução da capacidade de comunicação e de memorização, distúrbios neurológicos, cardíacos, circulatórios e gástricos entre outros.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que um som ou ruído deve ficar em até 50 dB (decibéis) para não causar prejuízos à saúde e à qualidade de vida.
A partir de 85 dB, o barulho começa a causar lesões irreversíveis no sistema auditivo das pessoas. Quanto maior for o ruído ao qual a pessoa está exposta, maior relevância das lesões.

LONGO E CURTO PRAZOS
Os problemas auditivos podem ocorrer a curto prazo.
Mas também podem levar anos para serem notados.
De acordo com a OMS, cerca de 10% da população mundial é afetada pela perda da audição.
Cerca de 15 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência auditiva no Brasil. Entre elas, 350 mil não conseguem ouvir nada.

ANDRÉA CINTRA LOPES é professora do departamento de fonoaudiologia da USP-Bauru e coordenadora estadual do Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído, previsto para o dia 27 de abril


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