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SAÚDE/PEDIATRIA
Sem espaço em casa e presa no "chiqueirinho", criança necessita de atividade física
Estimular bebês melhora o desenvolvimento motor
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A prática de exercícios para estimular as funções motoras e sensoriais dos bebês deixou de ser
uma técnica usada apenas para
aqueles que nascem prematuros e
passou a ser aplicada na estimulação motora de todos os bebês.
O principal argumento usado
pelos especialistas para submeter
os pequenos à prática de atividades físicas é a falta de espaço em
casa e a correria que os pais da
criança enfrentam no dia-a-dia.
"As casas estão menores, os pais
trabalham fora e a criança fica
presa ao "chiqueirinho", ao berço
ou ao carrinho. Isso a deixa completamente limitada", explica a
pedagoga e psicóloga Maria Drumond Grupi, diretora da escola
infantil Ponto Ômega, que tem
berçário especializado.
É com o mesmo propósito que o
psicomotricista Sérgio Nacarato
atende semanalmente os bebês do
berçário do colégio Magno. Segundo ele, as atividades têm o objetivo de possibilitar o desenvolvimento pleno da criança, estimulando o equilíbrio, a coordenação,
a sensibilidade e o reflexo.
"São atividades prazerosas, sem
esforço para o recém-nascido,
respeitando o seu desenvolvimento natural. Não vamos fazer o
bebê andar antes da hora, mas
também não podemos deixá-lo limitado a um quadrado", disse.
A Escola Viva, por exemplo,
adaptou uma área externa pensando nos desafios corporais da
criança. O chão é irregular, com
texturas diferentes -como terra,
grama e areia-, e há obstáculos a
serem superados. "No local tem
um lago e uma pequena ponte.
Eles têm de aprender a subir a escada da ponte, por exemplo", explicou a coordenadora pedagógica Ana Lúcia Figueira da Silva.
Para o pediatra Roberto Tozzi,
do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, todo
o esforço dedicado ao desenvolvimento motor da criança é válido,
desde que seja feito com técnica
adequada. "Essas atividades sempre foram realizadas com sucesso
para os bebês prematuros ou com
algum tipo de deficiência. O trabalho foi adaptado para todos os
bebês. Os resultados são bons."
Denise Trevisol, fisioterapeuta
neonatal do Caism (Centro de
Atendimento Integrado à Saúde
da Mulher) da Unicamp, também
é favorável aos exercícios, para
que o bebê não fique restrito ao
berço. "Se isso acontecer, qual é o
estímulo que ele tem?"
Já a pediatra Laís Maria Santos
Valadares e Valadares, presidente
da Associação Mineira para o Estudo do Bebê, não concorda com
a realização de atividades motoras para todas as crianças. "O bebê que não nasce com deficiência
não precisa ser estimulado. O excesso de estímulo pode colocá-lo
em uma situação de estresse."
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