São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2010

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SP levará 2 anos para fazer recapeamentos tidos como urgentes

Prefeitura detectou que há cerca de 1.000 km de vias na cidade com asfalto muito irregular, o que desgasta veículos

Para refazer pavimento com buracos e ondulações, ritmo de recapeamento passa de 30 km para 50 km/ mês, ao custo mensal de R$ 20 milhões

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo detectou ao menos mil quilômetros de ruas e avenidas que precisam de recapeamento urgente, a partir de um levantamento recém-concluído pela Universidade de São Paulo (USP).
A prefeitura disse ontem que planeja refazer, a partir de agora, 50 km de asfalto por mês, o "maior plano nestes moldes já feito", segundo Eugênio Pavicic, superintendente das usinas de asfalto da cidade.
Antes, o ritmo de recapeamento era de 30 km por mês.
Por esse plano, demoraria cerca de 20 meses para que o motorista trafegue com conforto pela capital. Isso sem contar os problemas que, como é natural, aparecerão até lá.
A prefeitura tinha mapeado, por constatação de suas equipes ou reclamações dos cidadãos, o que diz serem os 1.150 km mais problemáticos entre os 15 mil km na cidade, com muitas buracos, ondulações e trepidação, que desgastam os veículos e aumentam o consumo de combustível.
O estudo encomendado à USP indicou os trechos mais urgentes e a espessura de asfalto a ser usada em cada caso.
Com um equipamento que emite feixes de laser, acoplado ao parachoque de um veículo, pesquisadores saíram pelas ruas para um diagnóstico das irregularidades no pavimento.
É o equivalente a usar um sonar para mapear o fundo do mar -porém, em vez de som, utilizam-se feixes de luz.
O resultado é que 90% dos 1.150 km vistoriados precisam de reparos urgentes.
Entram na lista vias importantes de várias regiões da cidade, como a avenida Moreira Guimarães, perto do aeroporto de Congonhas (zona sul) e a avenida Vital Brasil, no Butantã (zona oeste).
O engenheiro José Tadeu Balbo, da Poli-USP, responsável pelo estudo, diz que as ruas da cidade são problemáticas por serem retalhadas a todo momento por empresas de esgoto, água, TV a cabo e outros serviços, que deixam o asfalto em desnível após taparem o buraco de suas obras.
"As concessionárias destroem tudo", diz Balbo.
As prioridades determinadas pela pesquisa da USP levam em consideração não só o estado do pavimento, mas o custo/benefício da obra. Serão priorizadas ruas e avenidas de grande fluxo de veículos.
A USP defende que os gastos -R$ 20 milhões por mês- valem a pena. Calcula que, para para cada R$ 1 investido pelo poder público na avenida Juscelino Kubitschek, por exemplo, cada motorista deixará de perder R$ 57 em dez anos.
Entram na conta prejuízos como combustível extra e desgaste do automóvel.


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