São Paulo, sábado, 14 de maio de 2011

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Ex-secretário diz que metrô tem de ficar na av. Angélica

Para Portella, demanda e conexão com ônibus justificam escolha feita em 2010

Após pressão, metrô descartou a Angélica, pôs estação perto do Pacaembu e, agora, voltou a mudar de local


DE SÃO PAULO

O melhor lugar para uma estação de metrô em Higienópolis, região central de São Paulo, é a avenida Angélica, disse ontem o ex-secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella.
Portella antecedeu o atual secretário Jurandir Fernandes no cargo de secretário. Sob a sua gestão, a secretaria divulgou em 2010 o traçado da linha 6-laranja, da qual a estação Angélica fazia parte.
Após pressão de moradores e empresários, Fernandes descartou o metrô na Angélica, o prometeu para o Pacaembu e, agora, pretende instalá-lo no miolo de Higienópolis, entre a praça Vilaboim e a avenida Pacaembu.
"Entre Angélica e Pacaembu, Angélica. Quanto mais próximo da Angélica, melhor. Isso é claro", disse Portella ontem à rádio CBN, da qual é comentarista. "Nunca foi discutido se não teria [estação na avenida Angélica]."
Ele questionou ainda um dos principais argumentos do Metrô para excluir a estação Angélica: a distância de 610 metros para outra (Higienópolis/Mackenzie), que, segundo a companhia, é pequena a ponto de não permitir aos trens andar rápido.
Esse é apenas um dos elementos a ser considerado para construir uma estação -nem de longe o principal, afirmou o ex-secretário.
"Eu divirjo. O ponto principal é a conectividade, a demanda local e o método construtivo. Na linha azul, as distâncias são menores, há estações com 700 metros."
A "conectividade" se dá pelo fato de a avenida Angélica ser um corredor de ônibus. A demanda está no uso misto na região, que tem casas, empresas e comércios.
Por fim, o solo: Portella afirmou que a Angélica tem solo argiloso, mais adequado à construção da estação do que as outras opções que a sucederam. "Quando você vai descendo, se aproximando de fundo de vale, como no Pacaembu, [o solo] é pior."
Procurado pela Folha, o ex-secretário não quis falar. Disse que, à CBN, falou na condição de comentarista.
A assessoria do secretário Jurandir Fernandes, sucessor de Portella, informou que ele não se manifestaria.
O Metrô tem dito que uma decisão técnica subsidiou a exclusão da estação Angélica. O miolo de Higienópolis é capaz de atender tanto o bairro quanto Pacaembu de forma satisfatória, disse o presidente da companhia, Sérgio Avelleda.
A expectativa, diz ele, é que a nova estação tenha os mesmos 25 mil usuários por dia daquela que ficaria na Angélica. As obras da linha 6-laranja começam em 2012. O metrô diz que ainda não há previsão de custos.


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