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ACIDENTE
Equipamento prendeu pé de criança no 7º andar de condomínio em Praia Grande; vítimas caíram cerca de 30 m em fosso
Pai morre ao socorrer filho em elevador
DO "AGORA"
O administrador de empresas
Alexandre Barbosa de Souza, 32,
morreu, e seu filho Gustavo Queiroz de Souza, 8, ficou ferido depois de caírem no fosso do elevador do prédio em que a família
tem um apartamento de veraneio
em um condomínio em Praia
Grande, litoral sul de São Paulo. O
garoto está internado em estado
grave no hospital Ana Costa, em
Santos (85 km da capital).
Eles caíram do sétimo andar do
prédio -a queda chega a 30 metros- por volta das 16h30 de domingo. A mulher do administrador, Erika Queiroz Souza, 29, estava no elevador com a filha Gabriela, de 11 meses, no colo.
A polícia ainda não sabe o que
provocou o acidente. Segundo a
família, depois que Erika entrou
no elevador com a filha caçula, a
porta se fechou e prendeu o pé de
Gustavo. O pai forçou as portas
para soltar o filho, enquanto o elevador, aparentemente sem motivo, subia até o 8º andar.
A polícia acredita que o administrador conseguiu abrir as portas, mas escorregou em uma porção de gelatina que o filho havia
derramado no corredor e ambos
caíram no poço do elevador.
"Socorro, meu filho e meu marido caíram no poço do elevador",
gritou Erika, pedindo socorro.
"Tirem meu marido de lá, tirem
meu filho", ela gritava, segundo
vizinhos. Alexandre, no entanto,
morreu na hora.
Segundo a assessoria do hospital Ana Costa, Gustavo sofreu
traumatismos no crânio e no abdome, perdeu o baço e teve fraturas expostas no braço e na perna
esquerdos. Até as 20h de ontem,
permanecia na UTI (Unidade de
Terapia Intensiva) infantil.
Uma perícia feita ontem à tarde
pela polícia não encontrou falhas
no equipamento. "As portas, o
sistema de travamento, tudo no
elevador está em ordem", disse o
engenheiro mecânico Jorge Carlos Nóbrega e Silva, perito do Instituto de Criminalística (IC).
O perito não soube explicar como as portas se abriram sem que
o elevador estivesse parado no andar. "Isso vai ter que ser investigado", afirmou o engenheiro.
Entre o acidente e a perícia, o local do acidente ficou quase 24 horas sem a presença de um policial.
Segundo a Polícia Civil, a presença de um policial era desnecessária, já que o local estava lacrado.
O edifício Paulo Roberto 9º,
inaugurado em 2003, fica na rua
Balneário Camboriú, no bairro
Aviação, a uma quadra da praia
Tupi. O condomínio, de 16 andares, tem 92 apartamentos, com
preços que variam de R$ 40 mil a
R$ 80 mil.
Interdição
Por ordem da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente de
Praia Grande, técnicos da prefeitura interditaram o elevador.
A empresa JCW, responsável
pela manutenção, foi notificada.
Um dos sócios da companhia descartou que o elevador apresentasse problemas.
O engenheiro responsável pelo
local, Dário Marcedônio, tem 15
dias para apresentar um relatório
sobre as condições do elevador e
as possíveis causas do acidente.
O outro elevador do prédio continuou a funcionar ontem, e houve moradores que não se importaram em usá-lo. "Estou usando
mesmo, porque nunca tive problema com o elevador", disse o
jornalista Rodrigo Costa, 26, que
estava no prédio na hora do acidente. O síndico Luzineto Francisco Torres culpou os condôminos pelo acidente. Para ele, os moradores em geral fazem mau uso
do equipamento.
(FAUSTO SALVADORI FILHO)
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