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Pedida a prisão preventiva de ex-secretário de Marta
Jilmar Tatto é acusado de prevaricar e favorecer formação de quadrilha; ele nega
Para a polícia de Santo André, ele autorizou que perueiros suspeitos de ligação com o PCC fossem para outra cooperativa
DIEGO ZANCHETTA
DO "AGORA"
A polícia de Santo André
(Grande ABC) pediu ontem à
Justiça a prisão preventiva de
Jilmar Tatto (PT), ex-secretário municipal de Transportes
de São Paulo na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy.
Segundo a polícia, um termo
de permissão assinado pelo então secretário em 2003 autorizou que parte dos perueiros da
Transmetro -cooperativa extinta do sistema em 2003 sob
suspeita de ligação com o crime
organizado- fosse realocada
na garagem 2 da Cooper-Pan,
operadora legal da zona sul que
tem 1.380 lotações em 103 linhas.
O pedido de prisão foi feito
pela Delegacia de Investigações
sobre Entorpecentes (Dise) de
Santo André e encaminhado à
juíza da 2ª Vara Criminal da cidade, Aparecida Angélica Correia Nagao.
Para a Dise, que encaminhou
ontem à Justiça o inquérito que
apura a ligação da garagem 2 da
Cooper-Pan com o PCC (Primeiro Comando da Capital),
Tatto teria prevaricado (artigo
319 do Código Penal) e favorecido formação de quadrilha
(art. 288) ao permitir que perueiros ligados a uma empresa
suspeita de lavar dinheiro para
o crime organizado voltassem a
prestar serviço à população.
Tatto nega ter influenciado
na redistribuição de perueiros
no sistema (leia texto ao lado).
A polícia também pediu a prisão preventiva de Luiz Carlos
Pacheco, o Pandora, presidente
da Cooper-Pan. Preso em caráter temporário há nove dias,
Pandora nega ligação com o
PCC e disse em depoimento à
Dise de Santo André, no dia 6,
que foi obrigado por Tatto a encampar os perueiros da Transmetro na garagem 2 da empresa. Ele também afirmou "ter
ouvido falar" da influência da
facção criminosa na garagem 2
da cooperativa.
Pandora e outros dois dirigentes da Cooper-Pan foram
indiciados por formação de
quadrilha. Um deles, Paulo Sirqueira, é o diretor da garagem 2
-de onde teria saído o dinheiro
para financiar uma tentativa de
resgate frustrada de um seqüestrador ligado ao PCC. A
ação ocorreu no dia 5 de março
na cadeia de Santo André.
Segundo a polícia, a ordem
para liberar o dinheiro foi dada
por Antônio Müller Júnior, o
Granada, ex-presidente da
Transmetro e preso desde
2003 sob suspeita de favorecer
o PCC.
No dia 20 de abril, a suspeita
da ligação da garagem 2 com o
PCC aumentou após a polícia
apreender armas e um estatuto
da facção na empresa.
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