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Metrô prevê desapropriar 22 mil m2 na zona sul
Área será usada para obras do monotrilho
VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO
Uma área de cerca de 22
mil m2, distribuída em dez
quarteirões dos bairros da
Saúde e do Campo Belo, zona
sul de SP, foi declarada de
utilidade pública para obras
da linha 17-ouro do metrô.
A primeira lista de imóveis
a serem desapropriados para
as obras da linha, que ligará
o aeroporto de Congonhas ao
Jabaquara e ao Morumbi,
tem 39 casas, oito imóveis comerciais e 18 terrenos vazios.
Segundo o Metrô, as áreas
serão desapropriadas para o
acesso às estações Jabaquara, Hospital Saboia, Brooklin
Paulista, Vereador José Diniz, Água Espraiada, Vila
Cordeiro e Chucri Zaidan.
Porém, no decreto de utilidade pública não aparece a
área que corresponde à estação Água Espraiada. Procurado, o Metrô não explicou o
motivo da ausência até a conclusão desta edição.
Segundo o engenheiro
Carlos Victor, 49, que tem um
imóvel de 250 m2 no quarteirão formado pelas avenidas
Vereador José Diniz e Jornalista Roberto Marinho e pelas
ruas Barão de Sabará e Gabriele D'Annunzio, os moradores da área já sabiam que
poderiam perder suas casas.
"Nós já tínhamos contrato
assinado com uma construtora, que pagaria R$ 7.000
pelo m2", afirma. Uma cláusula do documento, diz ele,
previa a anulação do negócio
em caso de desapropriação.
Victor afirma ainda não saber quanto exatamente receberá pelo imóvel, mas que
funcionários do Metrô dizem
que o pagamento por m2 desapropriado na região fica
entre R$ 3.000 e R$ 3.500.
O valor dos terrenos está
valorizado ali, onde há um
boom de prédios de alto padrão, que podem ser vistos
nas quadras acima das alinhadas à Vereador José Diniz.
A declaração de utilidade
pública ocorreu no sábado,
três dias após o Cades (Conselho Municipal do Meio Ambiente) anunciar 55 exigências para a licença ambiental.
Entre elas, respostas a
questionamentos como
quais imóveis serão desapropriados, quem será responsável por isso (município ou
Estado) e estimativa de custos para desapropriações.
O projeto é polêmico entre moradores do entorno da linha, que temem desvalorização. Há resistência ao modelo, um monotrilho -trem sobre trilhos elevados a 15 m.
A previsão para toda a linha é desapropriar cerca de
132 mil m2, equivalentes a 18
campos de futebol; 20% dos
imóveis são de alto padrão.
Colaboraram EDUARDO GERAQUE e
EVANDRO SPINELLI
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