São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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"Eu não acredito que haverá justiça", diz parente de vítimas

DA REPORTAGEM LOCAL

"Enquanto os assassinos irão ficar, no máximo, três anos detidos, meu sobrinho de sete anos será obrigado a fazer tratamento psicológico por anos para amenizar o trauma de ter perdido os pais." Foi dessa forma que o comerciário Robinson Shiba, 40, reagiu ao saber que os três principais suspeitos de assassinar seu primo Glauber Paiva e a mulher, Marta, são menores pela lei criminal.
Shiba defendeu a revisão da maioridade penal. "Não acredito que haverá justiça porque, no máximo, em três anos estarão soltos e com a ficha limpa. Sou grato pelo trabalho da polícia. Fico descrente em relação à Justiça. Leis precisam ser revistas", disse.
O comerciário disse que Gabriel, 7, que presenciou a morte dos pais, ainda está muito abalado. Segundo ele, desde o crime, a criança não fala nem pergunta mais sobre os pais. Gabriel está hoje com a avó paterna, que mora em Recife (PE).
"Ele se tornou uma criança fechada. Creio que até hoje ele não entenda bem o significado da morte. Apesar de o psicólogo achar que estará melhor depois dos 21 anos, eu acho que o trauma será eterno", declarou o tio, que trabalha em São Paulo.
Pelo ECA, um adolescente infrator pode ficar no máximo três anos internado. Os três adolescentes detidos pela polícia irão para a unidade Brás, no centro, da Fundação Casa (ex-Febem). Nenhum deles já havia passado pela instituição.
"Tenho um filho de 17 anos e sei que ele é ciente de todos os seus atos, do que é certo ou errado, desde os 15 anos. As pessoas matam porque têm a certeza da impunidade", afirmou. "Não perdôo esses caras, jamais vou perdoar." (KT)


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