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"Eu não acredito que haverá justiça", diz parente de vítimas
DA REPORTAGEM LOCAL
"Enquanto os assassinos irão
ficar, no máximo, três anos detidos, meu sobrinho de sete
anos será obrigado a fazer tratamento psicológico por anos
para amenizar o trauma de ter
perdido os pais." Foi dessa forma que o comerciário Robinson Shiba, 40, reagiu ao saber
que os três principais suspeitos
de assassinar seu primo Glauber Paiva e a mulher, Marta, são
menores pela lei criminal.
Shiba defendeu a revisão da
maioridade penal. "Não acredito que haverá justiça porque,
no máximo, em três anos estarão soltos e com a ficha limpa.
Sou grato pelo trabalho da polícia. Fico descrente em relação à
Justiça. Leis precisam ser revistas", disse.
O comerciário disse que Gabriel, 7, que presenciou a morte
dos pais, ainda está muito abalado. Segundo ele, desde o crime, a criança não fala nem pergunta mais sobre os pais. Gabriel está hoje com a avó paterna, que mora em Recife (PE).
"Ele se tornou uma criança
fechada. Creio que até hoje ele
não entenda bem o significado
da morte. Apesar de o psicólogo
achar que estará melhor depois
dos 21 anos, eu acho que o trauma será eterno", declarou o tio,
que trabalha em São Paulo.
Pelo ECA, um adolescente
infrator pode ficar no máximo
três anos internado. Os três
adolescentes detidos pela polícia irão para a unidade Brás, no
centro, da Fundação Casa (ex-Febem). Nenhum deles já havia
passado pela instituição.
"Tenho um filho de 17 anos e
sei que ele é ciente de todos os
seus atos, do que é certo ou errado, desde os 15 anos. As pessoas matam porque têm a certeza da impunidade", afirmou.
"Não perdôo esses caras, jamais vou perdoar."
(KT)
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