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Estudo da Anac indica que poltrona de avião é pequena
Largura do encosto do banco é mais estreita que os ombros de 70% dos passageiros
Levantamento é um dos passos para que agência crie selo de qualidade para as empresas que oferecerem maior espaço entre assentos
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As poltronas dos aviões não
atendem às necessidades de
parte dos passageiros de voos
domésticos no Brasil, mostra
estudo da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Um dos pontos de maior desconforto é o encosto dos assentos. Os encostos têm, em média, 45 cm de largura, mas cerca
de 70% dos passageiros pesquisados têm mais de 45 cm de largura entre os ombros.
A distância entre as cadeiras
mostrou menos diferença em
relação às necessidades dos
passageiros. Dos 22 tipos de
poltronas avaliadas, 17 têm distância entre as poltronas maior
ou igual a 73,6 cm. Esse comprimento atende a 95% dos
passageiros. No entanto, se a
distância fosse de 76,2 cm, todos os passageiros seriam atendidos, segundo o estudo.
A pesquisa avaliou aeronaves
da TAM e da Gol, as duas maiores empresas aéreas do país.
Foram analisadas as medidas
de 5.305 homens nos 20 principais aeroportos do Brasil. Mulheres não entraram na pesquisa porque elas são 20% dos passageiros da aviação civil.
O estudo é um dos passos para a Anac criar um selo de qualidade para as empresas que oferecerem maior espaço entre as
poltronas. O aumento do espaço foi uma das primeiras promessas do ministro Nelson Jobim (Defesa), quando assumiu
o cargo, em 2007.
No Brasil, só há regras relativas à segurança -o espaço deve
ser o suficiente para que, numa
situação de emergência, os passageiros consigam deixar a aeronave em 90 segundos. O mesmo padrão seguido nos EUA.
Exercícios
Uma poltrona adequada pode se tornar incômoda dependendo da duração do voo.
Outro ponto é o peso do passageiro. Segundo a pesquisa,
quase 73% dos usuários estão
acima do peso. A estatura também conta: quanto mais alto
passageiro, maior a possibilidade de desconforto.
A Anac estuda a possibilidade de oferecer folhetos ou vídeos de exercícios nos voos de
mais de quatro horas. Isso pode
reduzir o risco de trombose durante a viagem para passageiros com fatores preexistentes
(obesidade, por exemplo).
"Ninguém vai correr dentro
da aeronave, mas há pequenos
movimentos que fazem com
que a circulação fique ativa",
disse Carlos Eduardo Pellegrino, superintendente de segurança operacional da Anac.
A Gol informou que a configuração interna de suas aeronaves acompanha os padrões
internacionais.
A TAM não se manifestou sobre o assunto até o fechamento
desta edição.
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