São Paulo, terça-feira, 14 de julho de 2009

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Estudo da Anac indica que poltrona de avião é pequena

Largura do encosto do banco é mais estreita que os ombros de 70% dos passageiros

Levantamento é um dos passos para que agência crie selo de qualidade para as empresas que oferecerem maior espaço entre assentos

LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As poltronas dos aviões não atendem às necessidades de parte dos passageiros de voos domésticos no Brasil, mostra estudo da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Um dos pontos de maior desconforto é o encosto dos assentos. Os encostos têm, em média, 45 cm de largura, mas cerca de 70% dos passageiros pesquisados têm mais de 45 cm de largura entre os ombros.
A distância entre as cadeiras mostrou menos diferença em relação às necessidades dos passageiros. Dos 22 tipos de poltronas avaliadas, 17 têm distância entre as poltronas maior ou igual a 73,6 cm. Esse comprimento atende a 95% dos passageiros. No entanto, se a distância fosse de 76,2 cm, todos os passageiros seriam atendidos, segundo o estudo.
A pesquisa avaliou aeronaves da TAM e da Gol, as duas maiores empresas aéreas do país. Foram analisadas as medidas de 5.305 homens nos 20 principais aeroportos do Brasil. Mulheres não entraram na pesquisa porque elas são 20% dos passageiros da aviação civil.
O estudo é um dos passos para a Anac criar um selo de qualidade para as empresas que oferecerem maior espaço entre as poltronas. O aumento do espaço foi uma das primeiras promessas do ministro Nelson Jobim (Defesa), quando assumiu o cargo, em 2007.
No Brasil, só há regras relativas à segurança -o espaço deve ser o suficiente para que, numa situação de emergência, os passageiros consigam deixar a aeronave em 90 segundos. O mesmo padrão seguido nos EUA.

Exercícios
Uma poltrona adequada pode se tornar incômoda dependendo da duração do voo.
Outro ponto é o peso do passageiro. Segundo a pesquisa, quase 73% dos usuários estão acima do peso. A estatura também conta: quanto mais alto passageiro, maior a possibilidade de desconforto.
A Anac estuda a possibilidade de oferecer folhetos ou vídeos de exercícios nos voos de mais de quatro horas. Isso pode reduzir o risco de trombose durante a viagem para passageiros com fatores preexistentes (obesidade, por exemplo).
"Ninguém vai correr dentro da aeronave, mas há pequenos movimentos que fazem com que a circulação fique ativa", disse Carlos Eduardo Pellegrino, superintendente de segurança operacional da Anac.
A Gol informou que a configuração interna de suas aeronaves acompanha os padrões internacionais.
A TAM não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição.


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