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REMÉDIO FALSO
Na sede da K+F, foram achados remédios de tarja preta guardados junto com balas e cremes de barbear
Vigilância interdita distribuidora em SP
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
A Vigilância
Sanitária Estadual interditou
ontem à tarde a
sede paulistana
da distribuidora
K+F, em Raposo Tavares (zona sudoeste), sob suspeita de ter
vendido dois medicamentos controlados que pertenceriam a três
lotes roubados do laboratório Novaquímica, em novembro de 97,
em Santo André (Grande SP).
Os remédios são os psicotrópicos (tranquilizantes) Diazepan 5
mg (lotes 972651 e 972264) e Mesmerin 2 mg (lote 973986), roubados por uma quadrilha armada de
uma antiga sede do laboratório.
Não foram encontrados na sede
da K+F os remédios com número
de lote igual ao dos roubados da
Novaquímica, mas a sede de São
Paulo da K+F ficará interditada
até que a empresa esclareça o caso.
Segundo o delegado Aldo Galiano Jr, assessor de segurança da Secretaria da Saúde, será aberta uma
sindicância para investigar o caso
e será instaurado inquérito para
apurar se houve receptação.
A Vigilância Sanitária foi à distribuidora junto com o secretário
da Saúde, José da Silva Guedes,
após encontrar em cinco farmácias de Itapeva (270 km de SP) caixas do Diazepan e do Mesmerin
dos lotes roubados.
Os farmacêuticos apresentaram
notas mostrando que adquiriram
o produto da distribuidora K+F.
Na inspeção, foram encontradas
também três irregularidades técnicas na K+F:
1) Medicamentos controlados
(tarja preta) ficavam em um armário junto com creme para barbear
e balas;
2) Penicilina e insulina, medicamentos que devem ter a temperatura controlada, ficavam em uma
geladeira sem termômetro;
3) Durante a inspeção da Vigilância, não estava presente a farmacêutica da distribuidora.
"A K+F é uma distribuidora
com excelente padrão, mas é intolerável encontrar morfina misturada com creme de barbear", disse o secretário Guedes.
Outro lado
O superintendente administrativo da K+F de São Paulo, Paulo Venilton Passarelli, disse que a distribuidora só compra de fabricantes.
O gerente do laboratório Novaquímica, Carlo Oliani, disse que
somente parte dos lotes de Diazepan e Mesmerin foi roubada. Parte
do produto roubado em novembro foi recuperada no mês seguinte e comercializada.
"Tenho 99,9% de certeza que a
K+F, uma distribuidora que é
nossa cliente regular e compra
2.000 unidades do produto por
mês, não teria adquirido o produto roubado. Mesmo assim, acho
difícil provar qualquer crime."
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