São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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Para Metrô, apenas empresas da cratera são aptas a nova obra

Quatro das cinco construtoras que integram o consórcio Via Amarela foram as únicas classificadas

Duas das três concorrentes desclassificadas entraram com recursos; estatal diz que só comenta o caso após decisão da Justiça

RENATO SANTIAGO
CLAYTON FREITAS
DA FOLHA ONLINE

As construtoras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e OAS foram consideradas pelo Metrô de São Paulo as únicas aptas a participar da licitação para a expansão da linha 2-Verde (Vila Madalena -Alto do Ipiranga). A concorrência prevê a construção das estações Sacomã, Tamanduateí e Vila Prudente.
Todas as empresas fazem parte, juntamente com a Odebrecht, do consórcio Via Amarela, responsável pela construção da linha 4-Amarela (Vila Sônia - Luz).
Em janeiro do ano passado, um dos canteiros de obra da linha ruiu, formando um cratera que deixou sete pessoas mortas. O acidente ocorreu na futura estação Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.
A expansão da linha 2-Verde até 2010 foi anunciada pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) e pelo secretário estadual de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, em 25 de março deste ano. Na ocasião, o governo do Estado também prometeu construir a linha 6-Laranja (Freguesia do Ó - São Joaquim) até 2012.

Quesitos
Segundo o Metrô, o edital foi publicado em 7 de junho e sete candidatos apresentaram propostas. Apenas três foram considerados aptos por cumprir todos os quesitos: o consórcio Via Permanente Linha 2 (formado pelas empresas Queiroz Galvão e Camargo Corrêa) e as construtoras OAS e Andrade Gutierrez.
Os outros foram desconsiderados por, conforme a companhia, não cumprir critérios jurídicos ou técnicos.
A Tejofran e o consórcio formado pelas empresas Carioca, Convap e Sutelpa entraram com recurso na Justiça e no próprio Metrô, o que causou o adiamento da abertura dos envelopes com as propostas das candidatas.
Na ata em que decidiu pela não-habilitação dos consórcios, o Metrô justifica que os desclassificados não conseguiram provar que atendiam a todos os critérios técnicos para a realização da obra.

Sistema antivibração
De acordo com a Tejofran, sua desclassificação foi injusta porque o Metrô considerou que o consórcio do qual ela faz parte não poderia executar um projeto de massa-mola -sistema de antivibração e amortecimento de ruído na linha.
A Tejofran contesta. Afirma que a Somafel, empresa portuguesa à qual está associada, já realizou projeto semelhante em Portugal, o que foi desconsiderado pelo Metrô.
Procurada pela reportagem, a estatal afirmou que não comentará o caso até a decisão de seu departamento de licitação e da Justiça.
A Engevix, que também foi desclassificada da concorrência, disse que não recorreu da decisão. As demais desclassificadas foram procuradas, mas não responderam.


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