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Polícia afirma que mulher pagou para ser assassinada
Ambulante contou ter recebido R$ 500 e um laptop para matar comerciante, diz delegado
Lidiana Severo de Oliveira, de 30 anos, foi encontrada morta, com um tiro na cabeça, dentro de seu
carro na última terça-feira
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma mulher de 30 anos foi
assassinada com um tiro na cabeça em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza (CE),
após, segundo a polícia, "contratar" o próprio assassino por
R$ 500 e um laptop.
O corpo da comerciante Lidiana Severo de Oliveira foi encontrado em um carro abandonado na terça-feira, na zona rural de Caucaia.
Na véspera do assassinato, a
mulher saiu mais cedo da concessionária de automóveis onde trabalhava e foi para uma região de comércio ambulante
supostamente em busca de seu
algoz, segundo a polícia, que
ainda suspeita que ela estivesse
aflita em razão de problemas financeiros e que estivesse também sofrendo ameaças.
Um dos ambulantes abordados pela comerciante aceitou a
proposta. Preso, Ricardo do
Nascimento Alcântara, 40,
confessou o crime, de acordo
com a polícia.
O delegado Andrade Junior,
da Departamento Antissequestro, diz que câmeras do controle de tráfego mostram o momento em que o ambulante entra no carro da vítima, às 10h50,
sem demonstrar violência.
No depoimento, segundo a
polícia, Alcântara disse ter sido
levado para a casa de praia da
mulher, a 60 quilômetros de
Fortaleza, onde almoçaram e
tomaram cerveja. O suspeito
disse ter recebido ainda um revólver calibre 38 e uma blusa,
caso se sujasse com sangue.
Além do dinheiro e do computador, ele ficou também com
um brinco, um relógio e um
cordão de ouro da vítima.
De acordo com a polícia, o
suspeito disse que a mulher
chegou a deixar um bilhete que
o inocentava, mas ele queimou
a mensagem para não manter
uma prova que o incriminasse.
Segundo o delegado, antes do
crime Lidiana ainda telefonou
para a irmã pedindo que ela tomasse conta da filha, de 13
anos. A comerciante não era casada e não tinha seguro de vida,
segundo a investigação.
A família diz considerar a
história "absurda", mas o delegado afirma ter "100%" de certeza de que o crime foi "encomendado".
A polícia não soube informar
o nome do advogado do suspeito. A Folha tentou ouvir à tarde
defensores públicos da comarca de Caucaia, onde o caso deve
ser julgado, mas o expediente
já havia encerrado.
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