São Paulo, sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia afirma que mulher pagou para ser assassinada

Ambulante contou ter recebido R$ 500 e um laptop para matar comerciante, diz delegado

Lidiana Severo de Oliveira, de 30 anos, foi encontrada morta, com um tiro na cabeça, dentro de seu carro na última terça-feira

MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma mulher de 30 anos foi assassinada com um tiro na cabeça em Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza (CE), após, segundo a polícia, "contratar" o próprio assassino por R$ 500 e um laptop.
O corpo da comerciante Lidiana Severo de Oliveira foi encontrado em um carro abandonado na terça-feira, na zona rural de Caucaia.
Na véspera do assassinato, a mulher saiu mais cedo da concessionária de automóveis onde trabalhava e foi para uma região de comércio ambulante supostamente em busca de seu algoz, segundo a polícia, que ainda suspeita que ela estivesse aflita em razão de problemas financeiros e que estivesse também sofrendo ameaças.
Um dos ambulantes abordados pela comerciante aceitou a proposta. Preso, Ricardo do Nascimento Alcântara, 40, confessou o crime, de acordo com a polícia.
O delegado Andrade Junior, da Departamento Antissequestro, diz que câmeras do controle de tráfego mostram o momento em que o ambulante entra no carro da vítima, às 10h50, sem demonstrar violência.
No depoimento, segundo a polícia, Alcântara disse ter sido levado para a casa de praia da mulher, a 60 quilômetros de Fortaleza, onde almoçaram e tomaram cerveja. O suspeito disse ter recebido ainda um revólver calibre 38 e uma blusa, caso se sujasse com sangue.
Além do dinheiro e do computador, ele ficou também com um brinco, um relógio e um cordão de ouro da vítima.
De acordo com a polícia, o suspeito disse que a mulher chegou a deixar um bilhete que o inocentava, mas ele queimou a mensagem para não manter uma prova que o incriminasse.
Segundo o delegado, antes do crime Lidiana ainda telefonou para a irmã pedindo que ela tomasse conta da filha, de 13 anos. A comerciante não era casada e não tinha seguro de vida, segundo a investigação.
A família diz considerar a história "absurda", mas o delegado afirma ter "100%" de certeza de que o crime foi "encomendado".
A polícia não soube informar o nome do advogado do suspeito. A Folha tentou ouvir à tarde defensores públicos da comarca de Caucaia, onde o caso deve ser julgado, mas o expediente já havia encerrado.


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.