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Kassab gasta em propaganda mais do que corta em varrição
Gastos com limpeza terão corte de 20%, mas previsão é investir em publicidade 134% a mais do que o previsto no Orçamento
Prefeito diz que foi preciso ampliar despesas com propaganda para divulgar campanhas informativas nas áreas de saúde e de educação
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo já
gastou mais em propaganda
neste ano do que o valor que será cortado dos serviços de varrição de ruas e retirada de entulhos. Conforme a Folha revelou ontem, a administração
Gilberto Kassab (DEM) vai
cortar 20% dos gastos com varrição e coleta de entulho -redução de R$ 58,4 milhões na
despesa com os serviços.
Até o início deste mês a gestão já havia empenhado R$
69,5 milhões para propaganda.
No total, Kassab prevê gastar
R$ 78,8 milhões com publicidade até o fim do ano, 134%
mais do que o valor previsto no
Orçamento para 2009 e 98,5%
acima do gasto do ano passado,
quando o prefeito foi reeleito.
Questionado ontem pela manhã, Kassab defendeu o corte
de gastos com limpeza e as despesas com publicidade.
Segundo ele, a prioridade da
gestão é manter os investimentos nas áreas de saúde e educação e garantir os subsídios às
empresas de ônibus para não
aumentar a tarifa neste ano.
O prefeito disse que o município deve arrecadar R$ 24 bilhões neste ano, 1% menos que
no ano passado já descontada a
inflação.
Com isso, disse o prefeito, foi
necessário fazer uma série de
cortes, mas que não afetarão a
qualidade dos serviços. "Nós
vamos ter rigor na fiscalização
em todas as áreas, também na
varrição, e vamos preservar a
qualidade do serviço."
Sobre as despesas com publicidade, Kassab disse que foi necessário para divulgar os serviços da prefeitura. Ele citou
campanhas das áreas de saúde
e educação, como a orientação
à população sobre a gripe suína. "É equivocado fazer essa
análise de que aumentou a publicidade. É vinculado à prestação de serviços."
Demissões
Apesar de o prefeito afirmar
que a qualidade dos serviços será mantida mesmo com os cortes, o presidente do sindicato
das empresas de limpeza urbana, Ariovaldo Caodaglio, diz
que a redução de 20% nos gastos com a varrição terá reflexos.
"Os preços pagos pela varrição,
no nosso entendimento, nem
cobrem os custos", disse ele,
que diz serão "inevitáveis" as
demissões no setor.
O corte no serviço de limpeza
urbana ocorre às vésperas da
temporada de chuvas.
O líder do PT na Câmara,
João Antonio, disse que a prefeitura fez um orçamento inflado para abrigar todas as "promessas eleitoreiras". "O governo vem com essa desculpa da
crise internacional quando na
verdade a Prefeitura de São
Paulo arrecadou mais 5,45% no
primeiro semestre deste ano
em comparação a 2008."
PT e governo usam critérios
diferentes para apurar se houve
queda ou crescimento da receita. Por isso as informações são
divergentes.
(EVANDRO SPINELLI)
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