ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se um cliente insatisfeito com a compra que acabara de fazer desejasse devolver o produto, ouviria de Mario Ribeiro Nunes Galvão: "Pode devolver, porque Bardahl, para mim, é ouro", lembra José Luiz Pfiszter, funcionário da empresa há 40 anos.
Com seus dois irmãos, Mario fundou em 1954 a distribuidora brasileira da Bardahl, empresa que havia sido criada nos EUA em 1939, por Ole Bardahl, um imigrante norueguês que ganhou dinheiro fazendo casas de madeira e decidiu investi-lo em óleos lubrificantes para motores.
Ainda nos anos 50, os irmãos abriram a primeira fábrica da marca no país. Na década de 80, um dos irmãos saiu da empresa, e quem dirigiu os negócios foram Mario e o irmão Antônio, um apaixonado por futebol que presidiu o time do São Paulo.
"O que um fazia não precisava nem contar para o outro", diz Wilson Duarte de Medeiros, que foi gerente de marketing da empresa por 34 anos, sobre a sintonia entre os irmãos. "Chamávamos a Bardahl de família", afirma.
José Luiz lembra que a empresa foi um dos primeiros patrocinadores nacionais do piloto Emerson Fittipaldi.
Mario era apaixonado por corridas, mas as de cavalos -tinha haras e foi presidente e conselheiro do Jockey Club.
Em 2001, o irmão morreu, e ele, que não teve filhos, vendeu sua parte da firma para os sobrinhos. "Como toda a família, ele era muito sério", diz Roberto, sobrinho e atual presidente da empresa. Wilson conta que ele era "grande amigo dos funcionários".
Morreu sábado, aos 80, de problemas cardíacos. Deixa viúva. A missa de sétimo dia será hoje, às 12h30, na igreja Nossa Sra. do Brasil, em SP.

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