São Paulo, sexta-feira, 14 de agosto de 2009

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Médico é preso pela 3ª vez acusado de aborto

Militar foi acusado de praticar aborto desde 1990

ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O capitão reformado Bruno Gomes da Silva, 75, foi preso pela terceira vez em três anos sob suspeita de comandar clínicas de aborto. Esta é a 13ª passagem do militar por delegacias que, desde 1984, já foi acusado oito vezes pela prática.
Na operação realizada ontem, a Polícia Civil do Rio fechou dois consultórios em Botafogo, na zona sul da capital, que atendiam a mulheres das classes média e alta.
Na ação, 26 pessoas entre médicos, enfermeiros e pacientes foram levadas à delegacia para prestar depoimento. Segundo o delegado Jader Amaral, o atendimento custava de R$ 1.000 a R$ 5.000.
Uma jovem de 21 anos, cujo nome não foi divulgado, também foi presa em flagrante. Ela acabara de ser submetida à cirurgia quando os policiais chegaram ao local.
A clínica já havia sido fechada em fevereiro, e outras três pacientes foram indiciadas. O Tribunal de Justiça suspendeu o processo contra as mulheres, mas manteve contra Silva, que será indiciado por prática de aborto (1 a 5 anos de reclusão). Os demais foram liberados.
É a nona vez que o médico está sob suspeita de manter clínicas de aborto. A investigação sobre possível pagamento de propina segue, há dois anos, aberta na Corregedoria da Polícia Civil sem conclusão. Segundo a Corregedoria, a apuração do crime "é longa".
Apesar das condenações, Gomes mantém o registro ativo no Conselho Regional de Medicina. A assessoria do Cremerj afirmou que vai instaurar processo ético-profissional.
A Folha tentou falar com os advogados que representam o militar, mas eles não responderam às ligações da reportagem.


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