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Médico é preso pela 3ª vez acusado de aborto
Militar foi acusado de praticar aborto desde 1990
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
O capitão reformado Bruno
Gomes da Silva, 75, foi preso
pela terceira vez em três anos
sob suspeita de comandar clínicas de aborto. Esta é a 13ª passagem do militar por delegacias
que, desde 1984, já foi acusado
oito vezes pela prática.
Na operação realizada ontem, a Polícia Civil do Rio fechou dois consultórios em Botafogo, na zona sul da capital,
que atendiam a mulheres das
classes média e alta.
Na ação, 26 pessoas entre
médicos, enfermeiros e pacientes foram levadas à delegacia
para prestar depoimento. Segundo o delegado Jader Amaral, o atendimento custava de
R$ 1.000 a R$ 5.000.
Uma jovem de 21 anos, cujo
nome não foi divulgado, também foi presa em flagrante. Ela
acabara de ser submetida à cirurgia quando os policiais chegaram ao local.
A clínica já havia sido fechada
em fevereiro, e outras três pacientes foram indiciadas. O Tribunal de Justiça suspendeu o
processo contra as mulheres,
mas manteve contra Silva, que
será indiciado por prática de
aborto (1 a 5 anos de reclusão).
Os demais foram liberados.
É a nona vez que o médico está sob suspeita de manter clínicas de aborto. A investigação
sobre possível pagamento de
propina segue, há dois anos,
aberta na Corregedoria da Polícia Civil sem conclusão. Segundo a Corregedoria, a apuração
do crime "é longa".
Apesar das condenações,
Gomes mantém o registro ativo
no Conselho Regional de Medicina. A assessoria do Cremerj
afirmou que vai instaurar processo ético-profissional.
A Folha tentou falar com os
advogados que representam o
militar, mas eles não responderam às ligações da reportagem.
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