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Menores acusados de estupro prestarão serviço comunitário
Para advogado da vítima, uma menina de 13 anos, decisão é um incentivo para crime
JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
A Justiça de Santa Catarina
determinou que os dois adolescentes de 14 anos acusados de estuprar uma menina
de 13 cumpram seis meses de
serviço comunitário. O crime
aconteceu no dia 14 de maio,
em Florianópolis.
Eles também ficarão sob
regime de liberdade assistida
no mesmo período e terão
acompanhamento psicológico, de acordo com a decisão.
As medidas estão previstas
no ECA (Estatuto da Criança
e do Adolescente).
Segundo a juíza da Vara de
Infância e Juventude Maria
de Lourdes Vieira, o serviço
comunitário deverá ser cumprido em uma instituição social da cidade, durante oito
horas por semana.
Se as medidas não forem
cumpridas, o processo volta
à Justiça, que pode rever as
medidas e pedir a internação
dos menores. Se cumpridas,
o processo será arquivado.
Segundo a juíza Vieira, as
medidas aplicadas levaram
em conta decisões em casos
semelhantes que passaram
pelo tribunal. Ela afirma que
a decisão foi "severa".
O Ministério Público, que
havia entrado com uma representação (equivalente à
denúncia no caso de menores) contra os dois adolescentes na semana passada, concordou com as medidas.
Um dos adolescentes acusados pelo crime é membro
da família Sirotsky, que controla o Grupo RBS de Comunicação. O outro menor envolvido é filho de um delegado do município, segundo o
advogado da vítima, Francisco Campos Ferreira.
O advogado afirmou que a
decisão é um incentivo para
esse tipo de crime e que
achou incomum o tempo de
tramitação do processo
-menos de uma semana.
Ele também afirma que
pretende analisar todo o texto da decisão para decidir se
irá recorrer.
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