|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rebelião em ex-Febem deixa 5 feridos
Amotinados em unidade da Fundação Casa em Campinas espancaram internos reféns e causaram destruição
Um dos reféns ficou amarrado por 4 horas a uma altura de quase 20 metros; foi o 4º motim deste ano na unidade
MAURÍCIO SIMIONATO
DE CAMPINAS
Uma panificadora, um almoxarifado e um escritório
de administração foram destruídos durante uma rebelião
de internos da Fundação Casa (ex-Febem) em Campinas
(a 93 km de SP), que acabou
na madrugada de ontem.
Imagens divulgadas pela
TV Globo e feitas durante o
motim mostraram jovens rebelados espancando cinco
adolescentes reféns, que ficaram feridos.
As vítimas foram agredidas com pedaços de madeira, barras de ferro e até com
um extintor de incêndio.
Um dos reféns ficou amarrado por quatro horas em cima de uma caixa d'água, a
uma altura de quase 20 metros. Os agressores ameaçaram jogá-lo caso a polícia invadisse o local.
Apesar da violência, os reféns agredidos não tiveram
ferimentos graves. Eles receberam alta hospitalar na manhã de ontem.
Computadores e impressoras foram quebrados e colchões, cobertores e móveis
acabaram queimados.
REBELIÃO
O motim começou por volta das 18h30 de quinta-feira,
após uma tentativa de fuga
do local, que fica no bairro residencial Jardim São Vicente.
Houve confronto com funcionários, que conseguiram
sair a tempo e deixar os rebelados trancados na unidade.
Os cinco internos feitos reféns estavam em uma parte
onde ficam os adolescentes
com problemas de relacionamentos com outros internos.
A Polícia Militar cercou a
unidade, com a ajuda de um
agrupamento do Batalhão de
Choque. Bombeiros também
enviaram equipes ao local. A
rebelião durou nove horas.
A unidade tem 65 internos
e possui capacidade para
abrigar 72 adolescentes, de
acordo com a fundação. Foi o
quarto motim na unidade
neste ano.
O corregedor-geral da instituição, Jadir Pires de Borba,
afirmou ter aberto uma sindicância para apurar as causas
do motim.
Ele disse que as investigações vão apontar quem são
os envolvidos e se houve falha ou facilitação dos funcionários na rebelião.
Para o corregedor-geral, o
motim durou bastante tempo
porque os adolescentes não
estavam organizados e não
tinham nenhuma reivindicação a fazer.
VIZINHOS PREOCUPADOS
A rebelião deixou vizinhos
da unidade preocupados. Alguns disseram sentir medo
diariamente por morarem ao
lado da Fundação Casa.
"Já vinha percebendo uma
movimentação estranha
dentro da unidade desde domingo passado. Ouvi alguns
adolescente gritarem e alguns barulhos de objetos
sendo atirados ao chão", disse a dona de casa Miriam
Dias Mascarenhas, 57.
Colaborou RACHEL AÑÓN, de São Paulo
Texto Anterior: Investigação: Polícia encontra no lixo 500 kg de merenda escolar em Assis (SP) Próximo Texto: Tatuapé: Polícia acha ossada em complexo Índice
|