São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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Rebelião em ex-Febem deixa 5 feridos

Amotinados em unidade da Fundação Casa em Campinas espancaram internos reféns e causaram destruição

Um dos reféns ficou amarrado por 4 horas a uma altura de quase 20 metros; foi o 4º motim deste ano na unidade

MAURÍCIO SIMIONATO
DE CAMPINAS

Uma panificadora, um almoxarifado e um escritório de administração foram destruídos durante uma rebelião de internos da Fundação Casa (ex-Febem) em Campinas (a 93 km de SP), que acabou na madrugada de ontem.
Imagens divulgadas pela TV Globo e feitas durante o motim mostraram jovens rebelados espancando cinco adolescentes reféns, que ficaram feridos.
As vítimas foram agredidas com pedaços de madeira, barras de ferro e até com um extintor de incêndio.
Um dos reféns ficou amarrado por quatro horas em cima de uma caixa d'água, a uma altura de quase 20 metros. Os agressores ameaçaram jogá-lo caso a polícia invadisse o local.
Apesar da violência, os reféns agredidos não tiveram ferimentos graves. Eles receberam alta hospitalar na manhã de ontem.
Computadores e impressoras foram quebrados e colchões, cobertores e móveis acabaram queimados.

REBELIÃO
O motim começou por volta das 18h30 de quinta-feira, após uma tentativa de fuga do local, que fica no bairro residencial Jardim São Vicente.
Houve confronto com funcionários, que conseguiram sair a tempo e deixar os rebelados trancados na unidade.
Os cinco internos feitos reféns estavam em uma parte onde ficam os adolescentes com problemas de relacionamentos com outros internos.
A Polícia Militar cercou a unidade, com a ajuda de um agrupamento do Batalhão de Choque. Bombeiros também enviaram equipes ao local. A rebelião durou nove horas.
A unidade tem 65 internos e possui capacidade para abrigar 72 adolescentes, de acordo com a fundação. Foi o quarto motim na unidade neste ano.
O corregedor-geral da instituição, Jadir Pires de Borba, afirmou ter aberto uma sindicância para apurar as causas do motim.
Ele disse que as investigações vão apontar quem são os envolvidos e se houve falha ou facilitação dos funcionários na rebelião.
Para o corregedor-geral, o motim durou bastante tempo porque os adolescentes não estavam organizados e não tinham nenhuma reivindicação a fazer.

VIZINHOS PREOCUPADOS
A rebelião deixou vizinhos da unidade preocupados. Alguns disseram sentir medo diariamente por morarem ao lado da Fundação Casa.
"Já vinha percebendo uma movimentação estranha dentro da unidade desde domingo passado. Ouvi alguns adolescente gritarem e alguns barulhos de objetos sendo atirados ao chão", disse a dona de casa Miriam Dias Mascarenhas, 57.


Colaborou RACHEL AÑÓN, de São Paulo


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