São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011 |
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Integrante usa inovação para fazer ação política Ferramenta ajuda usuário a saber para qual político empresa doou Ponto de encontro na Barra Funda cobra mensalidade e organiza cursos e palestras gratuitos em São Paulo COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Os hackers que se reúnem no castelinho na Barra Funda também querem usar a tecnologia como ferramenta de ação política. Integrantes da comunidade Transparência Hacker, por exemplo, ajudam a tornar dados públicos mais acessíveis. Uma das ferramentas que eles desenvolveram é o ChequeURL, ainda em teste. O usuário digita o endereço eletrônico de uma notícia que mencione alguma das 700 maiores empresas do Brasil. A ferramenta mostra para qual candidato essa empresa doou dinheiro nas eleições de 2010 e que tipo de contrato ela pode fazer com o governo federal. Os equipamentos usados no Garoa Hacker Clube foram comprados com as mensalidades -de R$ 40 a R$ 80. O clube está em fase de regularização do CNPJ. Há ainda palestras e cursos, como o de iniciação em eletrônica, aberto e gratuito. O porão do castelinho da rua Vitorino Carmilo guarda placas, fios, transistores e um osciloscópio dos anos 80 que raramente alguém teria em casa. Parte foi doada. A sensação do Garoa é a MakerBot, uma impressora 3D criada, segundo Felipe Sanches, 27, o Juca, num "hackerspace" de Nova York. Com plástico em vez de papel, ela "imprime" objetos a partir de arquivos tridimensionais no computador. HISTÓRIA Para o pesquisador da Escola do Futuro da USP Hernani Dimantas, a cultura hacker é "uma mudança de paradigma". "A produção sempre teve que ser remunerada. Mas a remuneração da produção colaborativa é a reputação, e não só dinheiro." "Um hacker pega aquilo que já foi feito e cria em cima. É a cultura do "remix". Por isso se dão tão bem com software livre", afirma. O senso comum liga os hackers à internet. Eles, porém, surgiram antes e ajudaram a desenvolvê-la. A história clássica mais contada remete ao final dos anos 50, no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos EUA. "Um grupo criou maquete com trens e precisava fazer o chaveamento dos trilhos. Fizeram um uso inusitado de um outro equipamento, uma central telefônica", conta Aylons Hazzud, 27. Dessa forma, fez-se o "hack", ou seja, a gambiarra. "Esse uso criativo da tecnologia define o hacker." A reputação conquistada encontra compensação no mercado, onde os hackers oferecem a promessa de solução de problemas para empresas e pessoas. Veja fotos do castelinho folha.com.br/fg4121 Texto Anterior: Redes virtuais saem à rua para provar "ativismo real" Próximo Texto: Danuza Leão: A Bolsa ou a vida Índice | Comunicar Erros |
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