São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011

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No Alemão, morador espera boom turístico

Teleférico é a principal atração; movimento se concentra durante os finais de semana

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Com a máquina fotográfica em punho, a aposentada Maria Aurora de Araújo, 70, esperava ansiosa pelo começo do passeio. Portuguesa, sempre que pode ela viaja ao Rio. Dessa vez, além das tradicionais visitas ao Cristo e ao Pão de Açúcar, fez questão de conhecer também o Complexo do Alemão.
Última comunidade do Rio a ser pacificada, o complexo de favelas cresceu em meio a bairros tradicionais da zona norte, como Penha, Ramos e Bonsucesso, até tornar-se um dos maiores do país.
Do alto do recém inaugurado teleférico, enquanto crianças soltavam pipas e donas de casa lavavam roupa, era difícil imaginar as cenas de guerra que os moradores presenciaram durante os anos de domínio do tráfico.
A ocupação pelas forças de segurança veio apenas em novembro, e ainda há soldados patrulhando o bairro.
"A gente tem que conhecer de tudo, o bom e o ruim", refletia Araújo enquanto admirava a sequência de morros com casas de tijolos sem tinta que formam o complexo. "Não tem nada parecido com isso. É muito bonito."
O teleférico é uma das principais obras do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) e xodó da presidente Dilma Rousseff, que esteve na sua inauguração em julho. No total, foram gastos R$ 210 milhões no projeto.
Do bondinho, que passa rente as casas, é possível ver tanto pontos turísticos clássicos, como o Cristo e a igreja da Penha, solitária no topo de seus 382 degraus, quanto o cotidiano dos moradores.
Embora ainda seja cedo para falar em invasão de turistas no Alemão e faltem restaurantes e bares que tornem as estações atrativas, os moradores aguardam ansiosos pelos forasteiros e a movimentação da economia local que isso pode gerar.
"O teleférico só funciona de manhã, mas tem turista que chega de carro. Eles aparecem mais aos sábados e domingos, mas vão começar a vir durante a semana também, quando o teleférico funcionar durante a tarde", prevê Anaílton Oliveira, 39.
Ele é um dos ambulantes que fazem ponto no Adeus, uma das seis estações, enquanto torce para que a primeira palavra associada ao local mude de "tiros" para "turismo". (PB)


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