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TEMPO
Há 24 anos o país não enfrentava frente fria com tal intensidade; frio trará neve e geadas e deve durar seis dias
Megamassa polar gela Sul e Sudeste
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
RAQUEL DE SÁ
da Sucursal de Brasília
Após dias de muito calor, a
maior e mais intensa massa de ar
polar dos últimos 24 anos vai atingir o país neste final de semana.
O Inmet (Instituto Nacional de
Meteorologia) prevê possibilidade de neve no Rio Grande do Sul e
Santa Catarina, geadas no Paraná,
quedas acentuadas de temperatura em São Paulo e Brasília e friagem nos Estados de Rondônia,
Acre e Amazonas.
O paulistano, que viveu ontem o
dia mais quente do mês de agosto,
com 30,9ºC, deve enfrentar na segunda-feira um dos dias mais
frios do ano, com temperatura
mínima entre 7º e 9ºC.
Segundo o diretor da Inmet em
Brasília, Expedito Rebelo, a massa
polar deve ficar no país seis dias,
sendo que o período mais frio vai
de amanhã a terça-feira.
As massas polares são grandes
quantidades de ar frio que se deslocam da Antártica para a América do Sul no outono e inverno.
Essa massa polar é diferente não
só por sua extensão (do tamanho
do Brasil), mas também por estar
chegando em um mês "atípico"
como agosto. A última vez que algo dessa intensidade passou pelo
país em agosto foi há 30 anos.
Umidade relativa do ar
Para o paulistano, a frente fria
traz uma boa notícia -o aumento da umidade relativa do ar, cujos baixos índices nos últimos
dias vinham provocando desconforto e mal-estar.
Ontem, às 14h, a Cetesb registrou umidade de 22,6%, em São
Miguel Paulista (zona leste de São
Paulo), e o Inmet, 24%, no Mirante de Santana, às 15h. O normal
para essa época do ano é 50%.
No final da tarde, o tempo já havia mudado, minimizando os
efeitos do tempo seco durante o
dia e afastando de vez a possibilidade de ser acionado o rodízio.
"Agora (às 18h de ontem), já está entrando umidade vinda do litoral, afastando os poluentes",
disse o gerente de qualidade ambiental da Cetesb, Claudio Alonso, que estimava umidade de 80%
naquele horário.
Boletim da Cetesb divulgado
ontem à tarde não indicou nenhum caso de poluição por ozônio, poluente típico da inversão
térmica, segundo Alonso.
O número de estações de medição do ar com índice inadequado
na Grande São Paulo continuou
em nove, mas nenhuma estação
registrou má qualidade do ar, como ocorrera em Mauá.
Entretanto, quem mora ou trabalha em edificações abaixo de 68
metros de altura sentiu e muito a
poluição durante a tarde.
As partículas mais leves de poluentes estiveram ontem no teto
de 68 metros, o equivalente a um
prédio de 22 andares, resultado
melhor que anteontem, quando a
poluição esteve no nível do solo.
Quem passou o dia abaixo dessa
altura sentiu muita irritação nos
olhos, secura na garganta, sede e,
em alguns casos, dor de cabeça.
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