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FEBEM
Ordem para prender 14 funcionários foi dada em 23 de agosto, mas mandados de prisão ainda não chegaram à polícia
Acusados de tortura continuam foragidos
DO "AGORA"
Apesar de a Justiça ter decretado há 21 dias a prisão preventiva
de 14 funcionários da Febem acusados de tortura, nenhum dos
mandados de prisão chegou até
agora às mãos da polícia. Os acusados estão desaparecidos.
Os mandados foram decretados
no último dia 23 de agosto pela
juíza Leyla Maria da Silva Lacaz,
da 18ª Vara Criminal, após recebimento de denúncia apresentada
pelo promotor Alfonso Presti.
Segundo a denúncia, 14 funcionários da extinta unidade da Febem de Parelheiros (zona sul) são
acusados de tortura, formação de
quadrilha e tráfico de drogas.
A prisão por crime de tortura é
inédita na história da Febem.
Tais crimes teriam ocorrido entre março e abril deste ano naquela unidade, que foi desativada em
julho. No dia 15 de março, ainda
segundo a denúncia, 14 adolescentes foram espancados e, em 14
de abril, outros cinco menores foram vítimas de agressão.
Presti afirmou que a descoberta
de "objetos de tortura" -cassetetes de metal, barras de madeira e
uma chave inglesa- em uma sala
da unidade, em 29 de abril passado, possibilitou a comprovação
dos crimes de tortura e de formação de quadrilha.
Da 18ª Vara Criminal, os mandados foram enviados ao Dipo
(Departamento de Inquéritos Policiais). De lá, teriam de ser repassados à Divisão de Capturas da
Polícia Civil. Até hoje, no entanto,
eles não chegaram à divisão.
"Se dependesse de receber esses
mandados, até agora ainda não
teríamos feito nada a respeito desse caso", afirmou o delegado da
Divisão de Capturas José Carlos
Gambarini.
Segundo o delegado, por conta
da demora da chegada dos pedidos de prisão, ele teve de levantar
as informações a respeito dos acusados no Fórum Criminal e descobriu que todos os 14 funcionários estão foragidos.
O delegado ressalta, também,
que os pedidos de prisão ainda
não constam no sistema de computadores da polícia. "Se algum
dos acusados for encontrado na
rua por um policial que não for da
nossa equipe, não será preso porque, segundo o sistema, ele ainda
não é procurado", afirmou o delegado Gambarini.
Burocracia
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, os
mandados de prisão contra os
funcionários da Febem devem estar parados devido à "burocracia". Tais mandados, informou a
Divisão de Capturas, levam de oito a dez dias para chegar à divisão
após saírem do Dipo.
De acordo com a assessoria de
imprensa do Tribunal de Justiça, é
desconhecida a causa desse atraso, mas o órgão vai procurar pelos
pedidos de prisão.
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