São Paulo, sexta-feira, 14 de setembro de 2007

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Sacolinhas de supermercado agora têm grife

Estilistas criam modelos ecologicamente corretos para evitar o uso de sacos plásticos, que prejudicam o ambiente

Na região de comércio popular da 25 de Março, lojas vendem modelos de pano para compras ecologicamente corretas

DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Não há nada mais fora de moda do que sacolinha plástica. Nos supermercados, clientes já começam a substituí-las por caixas de papelão. Na região da 25 de Março, lojas vendem modelos de pano para compras ecologicamente corretas. Nas coleções de verão, estilistas incorporam sacolas modernas.
Uma amostra foi apresentada na noite de anteontem, no Porão das Artes da Bienal do Ibirapuera. Mais de cem estilistas expuseram suas sacolas de material alternativo. Vale tudo: algodão orgânico, sarja sem tintura ou malva (fibra degradável). Menos plástico.
As sacolinhas plásticas podem levar cerca de cem anos para se decompor. Estima-se que cerca de 1 milhão sejam despejadas por minuto no planeta. Em São Paulo não há dados precisos, mas o cálculo é de que 18% das 15 mil toneladas de lixo por dia sejam do material.
Na tentativa de convencer a população, a Prefeitura de São Paulo convidou os estilistas e criou a campanha "Eu não sou de plástico", enquanto estuda medidas para promover a substituição gradual das sacolas.
"Nosso principal instrumento é tentar conscientizar a população a mudar seus hábitos", diz Eduardo Jorge, secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente. "Mas podemos implementar medidas como cobrar pela sacolinha plástica."
Os estilistas usam a criatividade para fazer sacolas de pano práticas e bonitas. Andréa Saletto, uma das participantes, criou uma bolsa de lona tye-dye. "As mulheres não gostam de carregar sacolas de plástico", disse na exposição que, a partir do dia 19, estará aberta ao público no Senac da Lapa (rua Faustolo, 1.347, SP).
Essas "ecobags" já são febre em cidades como Nova York e Londres. A moda deve se intensificar no verão brasileiro. Tanto que é possível encontrar modelos de algodão até em lojas da rua 25 de Março. Por lá, o preço varia de R$ 45 a R$ 65.
Nos supermercados também já é possível notar mudanças. A decoradora Lúcia Delafiori, 41, fez questão de pedir caixas de papelão para levar suas compras. "Evito o máximo a sacolinha. Tem um monte de caixa aqui e, além de ser melhor para o ambiente, é mais fácil de transportar." A Associação Paulista de Supermercados diz apoiar a iniciativa.


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