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Sacolinhas de supermercado agora têm grife
Estilistas criam modelos ecologicamente corretos para evitar o uso de sacos plásticos, que prejudicam o ambiente
Na região de comércio popular da 25 de Março, lojas vendem modelos
de pano para compras ecologicamente corretas
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Não há nada mais fora de moda do que sacolinha plástica.
Nos supermercados, clientes já
começam a substituí-las por
caixas de papelão. Na região da
25 de Março, lojas vendem modelos de pano para compras
ecologicamente corretas. Nas
coleções de verão, estilistas incorporam sacolas modernas.
Uma amostra foi apresentada na noite de anteontem, no
Porão das Artes da Bienal do
Ibirapuera. Mais de cem estilistas expuseram suas sacolas de
material alternativo. Vale tudo:
algodão orgânico, sarja sem tintura ou malva (fibra degradável). Menos plástico.
As sacolinhas plásticas podem levar cerca de cem anos
para se decompor. Estima-se
que cerca de 1 milhão sejam
despejadas por minuto no planeta. Em São Paulo não há dados precisos, mas o cálculo é de
que 18% das 15 mil toneladas de
lixo por dia sejam do material.
Na tentativa de convencer a
população, a Prefeitura de São
Paulo convidou os estilistas e
criou a campanha "Eu não sou
de plástico", enquanto estuda
medidas para promover a substituição gradual das sacolas.
"Nosso principal instrumento é tentar conscientizar a população a mudar seus hábitos",
diz Eduardo Jorge, secretário
municipal do Verde e do Meio
Ambiente. "Mas podemos implementar medidas como cobrar pela sacolinha plástica."
Os estilistas usam a criatividade para fazer sacolas de pano
práticas e bonitas. Andréa Saletto, uma das participantes,
criou uma bolsa de lona tye-dye. "As mulheres não gostam
de carregar sacolas de plástico",
disse na exposição que, a partir
do dia 19, estará aberta ao público no Senac da Lapa (rua
Faustolo, 1.347, SP).
Essas "ecobags" já são febre
em cidades como Nova York e
Londres. A moda deve se intensificar no verão brasileiro. Tanto que é possível encontrar modelos de algodão até em lojas da
rua 25 de Março. Por lá, o preço
varia de R$ 45 a R$ 65.
Nos supermercados também
já é possível notar mudanças. A
decoradora Lúcia Delafiori, 41,
fez questão de pedir caixas de
papelão para levar suas compras. "Evito o máximo a sacolinha. Tem um monte de caixa
aqui e, além de ser melhor para
o ambiente, é mais fácil de
transportar." A Associação
Paulista de Supermercados diz
apoiar a iniciativa.
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