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Estudantes não confiam em docentes novos, diz temporária
RAPHAEL MARCHIORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Alta rotatividade de escolas, falta de planejamento
das aulas e desconfiança dos
alunos são alguns dos desafios enfrentados pelos professores não efetivos da rede
estadual ouvidos pela Folha.
"Se a criança não conhece
o professor, ela não confia.
Se não confia, não aprende",
diz a professora Rosângela
de Santana, 52, que leciona
neste ano pela primeira vez
na escola estadual Shinquichi Agari (zona leste de SP),
após ficar quatro anos anos
em outra unidade da rede.
Santana dá aulas para alunos do 1º ao 5º ano do ensino
fundamental, categoria que
não contrata por concurso
público desde 2005.
Já Maria Aparecida Leite,
49, que está há 20 anos na rede estadual, afirma que lecionou em oito escolas.
Segundo a professora, as
mudanças se acentuaram a
partir de 2005. De lá para cá,
ela conta ter trocado de escola quatro vezes.
"Com os critérios atuais
para a atribuição das aulas,
vou ficar mudando todos os
anos", diz a docente.
Leite não foi aprovada na
prova dos temporários, que
classificou professores para
o processo de atribuição. Hoje ela dá 12 aulas semanais na
Shinquichi Agari.
"Os alunos vão melhor
com professores mais antigos por conta da confiança
entre eles", afirma José Aparecido Barbosa, 52, professor
não efetivo da rede estadual
há 19 anos.
Até o ano passado, ele lecionava somente na Escola
Estadual Silva Jardim, na zona norte. Neste ano, para
completar a carga horária, teve de assumir mais aulas,
desta vez na Assis José de
Ambrósio, no Jardim Peri Alto, também na zona norte.
A falta de planejamento
também preocupa os temporários. "Como vou planejar se
nem sei se terei aulas no próximo ano?", questiona a professora não efetiva Wanglei
Pacini de Passos, 51, da escola Shinquichi Agari.
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