São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

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Estudo revela atraso de nove meses na rede pública do país

Comparação considera renda de estudantes

ANTÔNIO GOIS
DO RIO

Relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgado ontem, mostra que o Brasil, entre 33 países comparados, apresenta a maior desigualdade entre escolas públicas e particulares -que têm desempenho melhor de seus alunos. Diferentemente do resultado do Enem, divulgado anteontem, o relatório da OCDE incorpora à avaliação o perfil socioeconômico das famílias dos estudantes.
Escolas que recebem alunos com pais mais ricos e escolarizados têm uma vantagem que independe do esforço do colégio para melhorar o ensino -mais da metade do desempenho é explicada por estas características, segundo estudos. Sem considerar riqueza e escolarização dos pais, o aluno da rede privada estaria três anos à frente do da escola pública, segundo o Pisa (exame internacional que compara desempenho de alunos).
Quando a comparação é feita considerando o nível socioeconômico, a distância entre os estudantes da rede privada para os do sistema público cai para nove meses, segundo o relatório.
A conta simula como seriam as notas se os alunos tivessem as mesmas características familiares. Para a pesquisadora Paula Louzano, o dado reflete a desigualdade do país e o fato de poucas famílias de elite colocarem o filho em escolas públicas. Além disso, afirma, a cobertura do currículo nas públicas é menor.
Segundo o ministro Fernando Haddad (Educação), esta diferença em favor da rede privada tende a diminuir por causa do aumento do gasto público por aluno.
O relatório da OCDE diz que o Brasil foi o país que mais aumentou (em 116%) o gasto por aluno na rede pública na década passada.


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