São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

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Para consultor, moradia no centro vai melhorar cidade

Pesquisadores discutem qual é o melhor modelo para São Paulo em 2040

Evento será aberto ao público amanhã; propostas para a cidade serão debatidas durante seminário

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

A história de uma cidade muda quando as pessoas saem de casas na periferia para morar em habitações populares próximas ao centro, diz Greg Clark, consultor em estratégias para cidades do Banco Mundial.
"Londres e Nova York passaram por esse processo na virada do século 18 para o 19; Cingapura, nos anos 1960. São Paulo está só começando", diz Clark.
O consultor já participou da elaboração de planos de longo prazo de cidades como Barcelona e Johannesburgo, e agora participa da estratégia que está sendo desenvolvida para São Paulo, a SP2040.
Uma das conclusões do plano de longo prazo da prefeitura é que é preciso aproximar as pessoas do trabalho, o que já está previsto no Plano-Diretor de 2002.
No final do ano passado, a prefeitura assinou com a Fusp (Fundação de Apoio à USP) um contrato de R$ 2,9 milhões para tentar descobrir qual é a cidade ideal e o que está no caminho do sonho dourado do paulistano.
Cerca de 300 pesquisadores apontaram, pela internet, os principais desequilíbrios estruturais. A segunda etapa do processo está prevista para terminar até o fim do ano.
Outro problema levantado, segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, é que as obrigações da cidade são maiores do que a porção dos impostos arrecadados que pode ser reinvestida nela.

APRESENTAÇÃO
Nesta quinta-feira, o SP2040 será apresentado pela prefeitura em um seminário aberto à população. Haverá também debates com especialistas internacionais, entre eles Greg Clark.
Para o consultor, é preciso que as cidades resolvam seus problemas estruturais com planos de longo prazo. "Hoje, o dinheiro, a tecnologia e as pessoas são móveis (e quanto mais capacitadas, mais móveis). Cidades que não resolverem seus problemas serão, no futuro, cidades que perderão população e vão eventualmente acabar empobrecidas", afirma.
Planejamentos de longo prazo, como se propõe fazer em São Paulo, servem para quebrar o ciclo de quatro anos das administrações municipais, diz o consultor.
"A maior parte das coisas que precisam acontecer nas cidades levam dez, 20 ou 30 anos. Acho 2040 longe o suficiente para poder ver além dos problemas de hoje. Mas é próximo o bastante para que a cidade tenha que começar a trabalhar agora", avalia o consultor.


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