São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998

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EDUCAÇÃO
MBAs internacionais "caçam" alunos no Brasil

FERNANDO ROSSETTI
da Reportagem Local


Conquistar alunos para cursos de pós-graduação em administração de empresas -ou MBA (Master in Business Administration), como se diz no meio- tornou-se uma das principais metas das universidades estrangeiras no país.
As matrículas de brasileiros em MBAs nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, entre outros, vêm aumentando na mesma proporção que os eventos promovidos no Brasil pelas "business schools" (nome em inglês das faculdades de administração).
Ontem e hoje, por exemplo, a Universidade Harvard -que tem o MBA número um dos EUA, segundo o ranking da revista "US News"- promove reuniões em São Paulo para conhecer candidatos -indivíduos e empresas.
No dia 26 de outubro ocorre uma "feira de MBAs", que traz a São Paulo os responsáveis pela seleção de alunos de 35 instituições de oito países da América do Norte e da Europa (leia quadro).
A Universidade de Michigan -10ª no ranking de MBAs da "US News"- abriu este ano um curso a distância para alunos brasileiros, em conjunto com a Câmara Americana de Comércio. Também estará na "feira".
"Esse curso [MBA" se tornou o pré-requisito para a carreira do executivo, só que a oferta no país é muito baixa", afirma Ricardo Betti, dono da MBA Empresarial em São Paulo, uma empresa de consultoria em recursos humanos, que tem um departamento de orientação para candidatos a cursos de administração no exterior.
Em 1995, a empresa orientou 30 candidatos a MBA no exterior; em 1996, 60. No ano passado foram 110 candidatos -96 deles colocados em alguma faculdade.
Entre os cursos nacionais de qualidade, Betti cita os oferecidos pela Fundação Getúlio Vargas, a Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo e a Business School de São Paulo. "Nos EUA há 1.200 MBAs e na Europa outros 300."
Para Liz Reisberg, organizadora da "feira de MBAs" -que além do Brasil, passa pelo México, Colômbia, Venezuela e Argentina-, esse tipo de evento "faz parte da construção de uma rede internacional de educação".
A idéia é que o tipo de trabalho que se desenvolve após um MBA envolve contato com diversos países -quando não morar em diferentes países.
"As universidades estão percebendo que faz parte do ensino você colocar pessoas de diferentes países estudando juntas. Para fazer negócios é necessário saber como lidar com pessoas de diversas culturas", afirma Reisberg.



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